sábado, 18 de fevereiro de 2017

Cinquenta Tons de Cinza - capítulo 1 (primeira temporada)


(Christian criança está brincando com seus carrinhos de brinquedo enquanto sua mãe biológica está sentada no sofá, olhando para o vazio)

Piu, piu. (Christian bate um carro no outro, deixando um cair embaixo do sofá)

Mamãe, mamãe. (Christian chama sua mãe) Meu carro. Mamãe.

(Ella se deita no sofá e fecha os olhos)

Não agora, Maggot. Não agora.

(Christian olha para o carrinho verde embaixo do sofá e fica triste por não poder pegá-lo)

O INÍCIO

PARTE GREY         


SEGUNDA-FEIRA, 9 DE MAIO DE 2011

(Christian está em seu quarto e acorda assustado pelo sonho, logo depois escolhe um moleton em seu closet, subindo para sua academia particular. Ele sobe na esteira enquanto vê as notícias na TV. Ele para a caminhada na esteira e vai para o banheiro tomar banho de chuveiro)


PARTE ANA


Resultado de imagem para ruffles and restraints fifty shades of grey


(Anastasia se encara no espelho, tentando ajeitar o cabelo rebelde. Ela prende o cabelo em um rabo-de-cavalo e vai até a sala, onde Kate está encolhida no sofá por estar doente. Kate olha para ela.)

KATE: – Ana, me desculpe. Levei nove meses para conseguir essa entrevista. Vou levar mais seis para remarcar, e a essa altura nós duas já estaremos formadas. Como editora, não posso cancelar tudo. Por favor. (Kate diz com a voz rouca.)

ANA: – Claro que vou, Kate. E você deve voltar para a cama. Quer um remédio para gripe? Ou um Tylenol?

KATE: – Um remédio para gripe, por favor. Aqui estão as perguntas e meu gravador. Basta apertar esse botão. Tome notas, eu transcreverei tudo.

ANA: – Não sei nada sobre ele. (Ana murmura)

KATE: – As perguntas vão ajudá-la. Vá. A viagem é longa. Não quero que se atrase.

ANA: – Tudo bem. Estou indo. Volte para a cama. Fiz sopa para você esquentar mais tarde. (Ana sorri para Kate)

KATE: – Vou esquentar. Boa sorte. E obrigada, Ana. Como sempre, você está salvando a minha vida.

(Anastasia pega a mochila e sorri ironicamente para Kate, saindo de casa. Ela para com o carro que Kate emprestou em frente à empresa)

“Trata-se de um prédio comercial de vinte andares, todo de vidro e aço, um desses projetos arquitetônicos excêntricos, com o nome GREY HOUSE escrito discretamente em aço em cima das portas de vidro da entrada.”


Resultado de imagem para grey house 50 tons de cinza


(Anastasia entra na empresa e fala com a recepcionista)

ANA: – Estou aqui para falar com o Sr. Grey. Anastasia Steele da parte de Katherine Kavanagh.

OLÍVIA: – Um momento, Srta. Steele. (A recepcionista diz enquanto analisa Ana de cima a baixo, como se divertisse) – A Srta. Kavanagh está sendo aguardada. Assine aqui, por favor, Srta. Steele. É o último elevador à direita, vigésimo andar. (A recepcionista sorri para Anastasia. Ela entrega um crachá para Anastasia escrito visitante, que fica preso na blusa. Anastasia entra no elevador e é levada para o vigésimo andar, onde Olivia se levanta e vai até ela)

OLÍVIA: – Srta. Steele, poderia aguardar aqui, por favor? (Olivia aponta para uma área onde tem cadeiras de couro brancas)

“Atrás das cadeiras brancas, há uma ampla sala de reuniões com paredes de vidro e uma mesa igualmente ampla de madeira escura que tem ao redor pelo menos vinte cadeiras iguais. Além da mesa, há uma janela que vai do piso ao teto com vista para a cidade de Seattle.”


(Anastasia se senta e lê rapidamente as perguntas que Kate colocou nos papéis. Andrea a chama.)

ANDREA: – Srta. Steele?

ANA: – Sim. (Ana grasna e pigarreia) Sim.

ANDREA: – O Sr. Grey já vai receber a senhorita. Posso guardar sua jaqueta?

ANA: – Ah, por favor. (Ana tira a jaqueta com dificuldade)

ANDREA: – Já lhe ofereceram algo para beber?

ANA: – Hum, não.

(Andrea olha Olivia com aborrecimento. Ela volta a olhar para Anastasia)

ANDREA: – Gostaria de chá, café, água?

ANA: – Um copo d’água. Obrigada. (Ana murmura)

ANDREA: – Olivia, vá buscar um copo d’água para a Srta. Steele, por favor.

(Olivia se levanta depressa)

ANDREA: – Peço desculpas, Srta. Steele, Olivia é nossa estagiária. Sente-se por favor. O Sr. Grey atenderá em cinco minutos.

(Olivia volta com um copo de água com gelo)

OLÍVIAAqui está, Srta. Steele.

ANA: – Obrigada.

(Olivia e Andrea se sentam em suas mesas, continuando seu trabalho)


A ENTREVISTA

Resultado de imagem para escritório de christian grey


CHRISTIAN: – Amanhã. (Christian murmura)

CLAUDE: – Golfe esta semana, Grey. (Claude Bastille sorri parando em frente à porta dupla do escritório de Grey. Bastille vai embora e Christian emburra a cara. Ele se levanta e admira toda a cidade pela imensa parede de vidro do escritório)

(Bastille sai do escritório e sorri levemente para Ana, enquanto Olivia, num pulo, aperta o botão do elevador para ele)

CLAUDE: – Boa tarde, senhoras. (Bastille diz ao entrar no elevador)

(O interfone na mesa de Grey toca e ele atende num rosnado)

CHRISTIAN: – Sim.

ANDREA: – Srta. Anastasia Steele está aqui para vê-lo, Sr. Grey.

CHRISTIAN: – Steele? Eu estava esperando Katherine Kavanagh.

ANDREA: – É Srta. Anastasia Steele quem está aqui, senhor.

CHRISTIAN: – Faça-a entrar. (Christian resmunga irritado)

(Andrea olha para Anastasia)

ANDREA: – O Sr. Grey vai recebê-la agora, Srta. Steele. Pode entrar.

(Anastasia, ainda nervosa, pega a mochila e caminha até a porta entreaberta)

ANDREA: – Não precisa bater, basta entrar. (Andrea sorri)

(Anastasia entra e logo se desequilibra, caindo de quatro no chão, e Christian se vira para ver. Ele caminha até ela, ajudando-a a se levantar)


50 Shades of Grey Fan Art:


CHRISTIAN: – Srta. Kavanagh. Sou Christian Grey. A senhorita está bem? Gostaria de se sentar?

ANA: – Hum. Na verdade... (Ana murmura, sentindo seus dedos se tocando com os dele, e rapidamente retira sua mão) – A senhorita Kavanagh está indisposta, e me mandou no lugar dela. Espero que não se importe, Sr. Grey.

CHRISTIAN: – E seu nome é?

ANA: – Anastasia Steele. Estudo Literatura Inglesa com Kate, hum, Katherine... hum... a Srta. Kavanagh, na WSU em Vancouver.

CHRISTIAN: – Entendi. (Christian diz achando uma leve graça) – Quer se sentar?

(Ana se senta em um sofá em L de couro branco)

“Na frente dos janelões que vão do piso ao teto, há uma enorme mesa moderna de madeira escura, ao redor da qual seis pessoas poderiam comer confortavelmente. Ela combina com a mesinha de apoio ao lado do sofá. Todo o resto é branco – teto, chão e paredes –, a não ser a parede ao lado da porta, onde há um mosaico formado com pequenas pinturas, trinta e seis quadrinhos compondo um quadrado.”


CHRISTIAN: – Um artista local. Trouton. (Christian diz sem tirar os olhos dela)

ANA: – São lindos. Tornam extraordinário um objeto comum. (Ana murmura distraída entre Grey e os quadros. Ele inclina a cabeça e a olha com atenção.)

CHRISTIAN: – Concordo plenamente, Srta. Steele. (Christian diz em voz baixa. Anastasia cora enquanto percebe que Christian está passando um dedo nos lábios, tentando esconder um sorriso)

(Ana retira os papéis com as perguntas de Kate da mochila e o gravador, se desajeitando para configurá-lo, deixando-o cair duas vezes na mesa de centro)

ANA: – Desculpe. (Ela gagueja) – Não estou acostumada com isso.

CHRISTIAN: – Não tenha pressa, Srta. Steele.

ANA: – O senhor se incomoda se eu gravar a entrevista?

CHRISTIAN: – Depois de todo esse esforço para configurar o gravador, é agora que me pergunta? (Ela cora e ele cede com pena) – Não, não me importo.

ANA: – Kate, quer dizer, a Srta. Kavanagh, explicou-lhe para o que era a entrevista?

CHRISTIAN: – Sim. Para sair na edição de formatura do jornal da faculdade, já que eu vou entregar os diplomas na cerimônia de graduação deste ano.
(Anastasia franze a testa)

ANA: – Ótimo. (Ela engole em seco) – Tenho algumas perguntas, Sr. Grey. (Ana coloca uma mecha atrás da orelha)

CHRISTIAN: – Achei que poderia ter. (Ele diz secamente)

(Anastasia se empertiga na cadeira, ficando com uma boa postura, e liga o gravador)

ANA: – O senhor é muito jovem para ter contruído um império deste porte. A que deve seu sucesso?

(Christian franze o cenho)

CHRISTIAN: – Os negócios têm a ver com pessoas, Srta. Steele, e sou muito bom em avaliar pessoas. Sei como elas funcionam, o que as faz florescer, o que não faz, o que as inspira e como incentivá-las. Emprego uma equipe excepcional, e recompenso-a bem. (Christian faz uma pausa) – Acredito que, para alcançar o sucesso em qualquer projeto, é preciso dominá-lo, entendê-lo por completo, conhecer cada detalhe. Trabalho muito para isso. Tomo decisões com base nas lógicas e nos fatos. Tenho um instinto natural capaz de detectar e promover uma boa idéia e boas pessoas. No fim, o fator preponderante sempre se resume a pessoas competentes.

ANA: – Quem sabe o senhor simplesmente tenha sorte.

(Christian tem um súbito de aborrecimento com a pergunta)

CHRISTIAN: – Não acredito em sorte ou acaso, Srta. Steele. Quanto mais eu trabalho, mais sorte pareço ter. A questão é realmente contar com as pessoas certas em sua equipe e saber direcionar a energia delas. Acho que foi Harvey Fairestone que disse: “O crescimento e o desenvolvimento das pessoas é a maior ambição da liderança.”

ANA: – O senhor fala como um maníaco por controle.

CHRISTIAN: – Ah, eu controlo tudo, Srta. Steele.

(Christian nota Ana mordendo o lábio inferior, corando. Ana nota Christian ainda passando o dedo esguio no lábio)

CHRISTIAN: – Além do mais, é possível conquistar um imenso poder quando nos convencemos, em nossos devaneios mais secretos, de que nascemos para controlar.

ANA: – Acha que possui um imenso poder?

CHRISTIAN: – Emprego mais de quarenta mil pessoas, Srta. Steele. Isso me dá certo senso de responsabilidade, ou poder, se quiser chamar assim. Se eu resolvesse não me interessar mais por telecomunicações e vendesse minha empresa, em um mês, mais ou menos, vinte mil pessoas teriam dificuldade para pagar suas hipotecas.

ANA: – O senhor não tem uma diretoria a qual precise responder? (Anastasia pergunta levemente irritada)

CHRISTIAN: – A empresa é minha. Não tenho que responder a uma diretoria. (Christian ergue a sobrancelha)

(Anastasia volta a analisar os papéis com as perguntas)

ANA: – E tem algum interesse, fora o trabalho?

CHRISTIAN: – Tenho interesses muito variados, Srta. Steele. Muito variados. (Ele a olha fixamente com a sombra de um sorriso no canto dos lábios)

(Anastasia volta a corar e engole em seco)

ANA: – Mas se trabalha tanto, o que faz para relaxar?

(Christian sorri amplamente, mostrando dentes perfeitos)

CHRISTIAN: – Relaxar? Bem, para “relaxar” como você diz, eu velejo, vôo, me entrego a várias atividades físicas. (Christian se mexe na cadeira) – Sou um homem muito rico, Srta. Steele, e tenho hobbies caros e apaixonantes.

(Ana volta a olhar para as perguntas de Kate)

ANA: – O senhor investe no setor manufatureiro. Por que, especificamente?

CHRISTIAN: – Gosto de construir coisas. Gosto de saber como funcionam: o que faz com que funcionem, como construí-las e desconstruí-las. E tenho adoração por navios. O que mais posso dizer?

ANA: – Parece que é o seu coração falando e não a lógica e os fatos.

(Christian repuxa o canto da boca e a avalia)

CHRISTIAN: – É possível. Embora muitas pessoas digam que eu não tenho coração.

ANA: – Por que diriam isso?

CHRISTIAN: – Porque me conhecem bem. (Ele sorri ironicamente)

ANA: – Seus amigos diriam que é fácil conhecê-lo?

CHRISTIAN: – Sou uma pessoa muito privada,Srta. Steele. Esforço-me muito para proteger minha privacidade. Não dou muitas entrevistas...

ANA: – Por que aceitou dar esta?

CHRISTIAN: – Porque sou benemérito da universidade e, em termos práticos, não consegui me livrar da Srta. Kavanagh. Ela não parou de importunar meu pessoal de relações públicas, e eu admiro esse tipo de tenacidade.

(Anastasia diz após um breve momento)

ANA: – O senhor investe em tecnologias agrícolas. Por que se interessa por essa área?

CHRISTIAN: – Não podemos comer dinheiro, Sta. Steele, e há muita gente neste planeta que não tem o que comer.

ANA: – Essa justificativa soa muito filantrópica. É algo que o torna passional? Alimentar os pobres do mundo?

(Christian dá de ombros)

CHRISTIAN: – É um negócio inteligente. (Ele murmura)

(Ana volta a perguntar após dar uma olhada nos papéis)

ANA: – O senhor tem uma filosofia? Caso tenha, qual é?

CHRISTIAN: – Não tenho filosofia propriamente dita. Talvez alguns princípios orientadores. Como diz Carnegie: “O homem que adquire a habilidade de tomar posse completa da própria mente, pode tomar posse de qualquer coisa a que tenha direito.” Sou muito singular, ambicioso. Gosto de controlar, a mim e a quem me cerca.

ANA: – Então gosta de possuir coisas?

CHRISTIAN: – Quero merecer possuí-las, mas sim, em resumo, eu gosto.

ANA: – O senhor parece ser um consumidor voraz.

CHRISTIAN: – Eu sou. (Christian sorri)

ANA: – O senhor foi adotado. (Ana diz depois de uma pausa) – Até que ponto acha que isso moldou sua maneira de ser?

(Christian fica mais sério)

CHRISTIAN: – Não tenho como saber. (Ele responde secamente)

ANA: – Quantos anos tinha quando foi adotado?

CHRISTIAN: – Isso é assunto de domínio público, Srta. Steele. (Christian responde, severo)

(Anastasia engole em seco e volta a olhar os papéis, colocando uma mecha de cabelo que escapou para trás da orelha)

ANA: – O senhor teve que sacrificar a vida familiar por causa do trabalho.

CHRISTIAN: – Isso não é uma pergunta. (Christian diz friamente)

ANA: – Peço desculpas. (Ana respira fundo) – O senhor teve que sacrificar a vida familiar por causa do trabalho?

CHRISTIAN: – Eu tenho família. Tenho um irmão, uma irmã e pais amorosos. Não tenho interesse em expandir minha família além desse ponto.

(Anastasia assente)

ANA: – O senhor é gay, Sr. Grey?

(Christian a olha, consternado. Ele empurra Anastasia em direção à sua mesa, ficando atrás dela, enquanto segura sua cabeça e seu queixo)

– Quem é o gay agora?

(Anastasia choraminga enquanto Christian tira sua roupa de baixo, batendo forte nas nádegas dela, apertando firmemente suas pulsos que estão presos por uma gravata)

– Me desculpe, senhor...

– Tarde demais, Srta. Steele. (Christian rosna e a penetra com força, fazendo-a gritar e se contorcer sobre a mesa)

(Christian sai de seus pensamentos perversos e respira fundo, tentando manter uma expressão impassível ao olhar Anastasia)

CHRISTIAN: – Não, Anastasia, não sou.

ANA: – Peço desculpas. Está... hum... escrito aqui. (Anastasia cora intensamente e prende outra mecha que caiu para trás da orelha)

(Christian inclina a cabeça)

CHRISTIAN: – Essas perguntas não são suas?

(Anastasia se ajeita desconfortável)

ANA: – Hum... não. Kate... A Srta. Kavanagh. Ela compilou as perguntas.

CHRISTIAN: – Vocês são colegas de jornal dos alunos?

ANA: – Não. Eu divido o apartamento com ela.

(Christian esfrega o queixo, avaliando Anastasia)

CHRISTIAN: – Você se ofereceu para fazer a entrevista? (Ele pergunta calmamente)

CHRISTIAN: – Fui convocada. Ela está passando mal. (Ana diz com a voz fraca)

ANA: – Isso explica muita coisa.

(Ambos ouvem uma batida na porta e Andrea entra)

ANDREA: – Sr. Grey, desculpe interromper, mas a próxima reunião é em dois minutos.

CHRISTIAN: – Ainda não terminamos aqui, Andrea. Por favor, cancele a próxima reunião.

(Andrea hesita, ficando boquiaberta. Christian vira a cabeça devagar para encará-la e ergue as sobrancelhas)

ANDREA: – Está bem, Sr. Grey. (Andrea murmura e sai)

(Christian franze a testa e volta sua atenção para Anastasia)

CHRISTIAN: – Onde estávamos, Srta. Steele?

ANA: – Por favor, não quero incomodá-lo.

CHRISTIAN: – Quero saber sobre você. Acho que é muito justo. (Christian põe os cotovelos nos braços da cadeira e ergue os dedos na frente da boca)


Imagem relacionada


ANA: – Não há muito o que saber.

CHRISTIAN: – Quais são seus planos para depois de se formar?

(Ana dá de ombros)

ANA: – Não fiz planos, Sr. Grey. Só preciso passar nas provas finais.

CHRISTIAN: – Temos um excelente programa de estágios aqui.

(Anastasia ergue as sobrancelhas)

ANA: – Ah. Vou me lembrar disso. (Ela murmura confusa) – Apesar de não ter certeza de que me encaixaria aqui.

CHRISTIAN: – Por que diz isso? (Ele inclina a cabeça e tem um esboço de sorriso nos lábios)

ANA: – É óbvio, não é?

CHRISTIAN: – Não para mim. (Ele murmura)

(Christian olha intensamente para Anastasia, que fica ainda mais corada e encara seus dedos entrelaçados. Ela se inclina para pegar o gravador)

CHRISTIAN: – Gostaria que eu a levasse para conhecer a empresa?

ANA: – Tenho certeza que o senhor é ocupado demais, Sr. Grey, e tenho uma longa viagem pela frente.

CHRISTIAN: – Vai voltando dirigindo para Vancouver? (Christian pergunta surpreso e até ansioso, olhando a chuva pela janela de vidro) – Bem, seria melhor dirigir com cuidado. (Christian fala com um tom autoritário e severo) – Conseguiu tudo de que precisava?

ANA: – Sim, senhor. (Anastasia responde guardando o gravador na mochila)

(Os olhos de Christian se estreitam)

ANA: – Obrigada pela entrevista, Sr. Grey.

CHRISTIAN: – O prazer foi meu. (Ele diz educado)

(Os dois ficam de pé, e Christian estende a mão para Anastasia)

CHRISTIAN: – Até a próxima, Srta. Steele. (O tom Christian soa como um desafio)

(Anastasia franze o cenho e estende a mão para apertar a dele)

ANA: – Sr. Grey. (Ela faz um comprimento de cabeça)

(Christian caminha até a porta e a abre por completo)

CHRISTIAN: – Só estou garantindo que passe pela porta, Srta. Steele.

(Christian dá um sorrisinho e Ana fica corada ao lembrar de sua entrada no escritório. Os lábios dela formam uma linha dura)

ANA: – É muita consideração sua, Sr. Grey. (Ana diz secamente e o sorriso de Christian aumenta)

(Ana caminha para o saguão e Christian a segue. Andrea e Olivia os olham surpresas)

CHRISTIAN: – Você veio de casaco?

ANA: – De jaqueta. (ela responde)

(Christian lança um olhar advertente para Olivia, que se levanta rapidamente e pega a jaqueta. Christian a pega e segura, fazendo Anastasia vesti-la enquanto está na sua mão. Ele põe as mãos nos ombros dela por um breve momento. Ele aperta o botão do elevador, esperando pacientemente, e Ana totalmente constrangida e inquieta. As portas do elevador se abrem e Ana entra correndo. Anastasia olha para ele, que está encostado no vão da porta do elevador com uma das mãos na parede)

CHRISTIAN: – Anastasia. (Christian se despede)

ANA: – Christian. (Ana também se despede e as portas do elevador se fecham)

* * *

CHRISTIAN: – Andrea. (Christian rosna, voltando a seu escritório) – Coloque Welch na linha agora.

ANDREA: – Sim, senhor.

(Christian se senta em sua mesa e analisa os pequenos quadros em volta da porta, lembrando das palavras de Anastasia. O telefone toca.)

ANDREA: – Sr. Grey, tenho Welch na linha.

CHRISTIAN: – Complete a ligação.

ANDREA: – Sim, senhor.

CHRISTIAN: – Welch, eu preciso de uma investigação de antecedentes. (Christian fala após Welch estar na linha)

WELCH: – Sim, senhor. Nome?

CHRISTIAN: – Anastasia Steele. Eu preciso disso o mais rápido possível. (Ele diz autoritário)

WELCH: – Sim, senhor. (Christian desliga)

* * *

(Ana estaciona o carro de Kate em frente ao apartamento e entra em casa. Kate está rodeada de livros para estudar para a faculdade e vê Ana entrar, e corre para abraçá-la)

KATE: – Ana! Você voltou. (Kate se levanta e vai até Ana, abraçando-a) – Estava começando a ficar preocupada. Esperava que você voltasse antes.

ANA: – Ah, achei que fiz um bom tempo, considerando a duração da entrevista. (Ana acena para Kate com o gravador)

KATE: – Ana, muito obrigada. Fico lhe devendo essa. Como foi? Como ele é?

(Ana suspira incomodada)

ANA: – Ainda bem que acabou e não preciso vê-lo de novo. Ele é bastante intimidador, sabe? (Ana dá de ombros) – É muito focado, chega a ser intenso... e jovem. Muito jovem.

(Kate a olha com cara de inocente, e Ana lhe lança um olhar desdenhoso)

ANA: – Não faça essa cara de boba. Por que não me deu uma biografia? Ele fez com que eu me sentisse uma idiota por não ter feito sequer uma pesquisa básica.

(Kate tapa a boca com a mão)

KATE: – Nossa, Ana, desculpe. Eu não pensei nisso.

(Ana bufa de raiva)

ANA: – No geral, ele foi educado, formal, ligeiramente antiquado, como se tivesse envelhecido antes do tempo. Ele não fala como um homem de vinte e poucos anos. Quantos anos ele tem, afinal?

KATE: – Vinte e sete ou vinte e oito, acho. Nossa, Ana, desculpe. Eu devia ter preparado você, mas estava muito apavorada. Passe o gravador para eu transcrever a entrevista.

ANA: – Você parece melhor. Tomou a sopa? (Ana pergunta mudando de assunto)

KATE: – Tomei, e estava uma delícia, como sempre. Estou me sentindo muito melhor. (Kate sorri agradecida)

(Ana olha o relógio na parede)

ANA: – Tenho que correr. Ainda dá pra pegar meu turno na Clayton’s.

KATE: – Ana, você vai ficar exausta.

ANA: – Vou ficar bem. Vejo você mais tarde.

* * *

(Ana chega ao trabalho e é recebida pela Sra. Clayton)

– Ana, pensei que não conseguiria vir hoje. (Ela diz aliviada)

ANA: – Minha reunião não demorou tanto quanto eu esperava. Posso trabalhar algumas horas.

– Estou muito feliz em ver você.

(Ana vai para o depósito para começar suas tarefas)

* * *

(Anastasia chega em casa esgotada e vê Kate trabalhando em seu laptop. Ela se atira no sofá)

KATE: – Você conseguiu um bom material, Ana. Ótimo trabalho. Não posso acreditar que você não aceitou quando ele quis levá-la para conhecer a sede. Ele obviamente queria passar mais tempo com você.  (Kate lança um olhar rápido e intrigado para Ana)

(Ana fica corada e morde o lábio, nervosa)

KATE: – Ouvi o que você disse sobre ele ser formal. (Kate diz absorta em sua tarefa) – Anotou alguma coisa?

ANA: – Hum... não, não anotei.

KATE: – Tudo bem. Ainda posso fazer um ótimo artigo com isso aqui. Pena que não temos fotos. O filho da mãe é bonito, não é?

ANA: – Acho que sim. (Anastasia tenta soar desinteressada)

KATE: – Ah, o que é isso, Ana! Nem você pode ficar imune à beleza dele. (Kate ergue as sobrancelhas para Ana. Anastasia desvia o olhar)

ANA: – Você provavelmente teria arrancado muito mais dele.

KATE: – Duvido, Ana. Qual é! Ele praticamente lhe ofereceu um emprego. Considerando que eu avisei em cima da hora, você se saiu muito bem. (Kate olha especulativa para Ana, que parte em retirada para a cozinha) – Então, o que achou dele realmente?

ANA: – Ele é ambicioso, controlador, arrogante, assustador mesmo, mas muito carismático. Dá para entender o fascínio. (Ana diz sincera)

CHRISTIAN: – Você? Fascinada por um homem? É a primeira vez. (Kate diz com desdém. Ana começa a separar ingredientes para fazer um sanduíche, tentando esconder seu rosto de Kate)

ANA: – Por que quis saber se ele era gay? A propósito, essa foi à questão mais embaraçosa. Fiquei mortificada, e ele ficou irritado com a pergunta. (Ana fecha a cara ao se lembrar)

KATE: – Quando aparece nas colunas sociais, ele nunca está acompanhado.

ANA: – Foi uma saia justa. A entrevista toda foi uma saia justa. Ainda bem que nunca mais vou ter que olhar para ele.

KATE: – Ah, Ana, não pode ter sido ruim. Pela voz dele, acho que ficou bastante impressionado com você.

(Ana bufa irritada e separa os pães para colocar os ingredientes dentro)

ANA: – Quer um sanduíche?

KATE: – Por favor.

(No resto da noite, Anastasia e Kate acabam de jantar, e Ana escreve seu texto sobre Tess of the d’Urbervilles na mesa, enquanto Kate trabalha em seu artigo. Quando Ana termina, e Kate já foi se deitar, ela deita em sua cama de ferro branco e dorme)

* * *

SÁBADO, 14 DE MAIO DE 2011


(Dois dias depois, Christian está lendo o relatório sobre Anastasia em sua mesa de escritório)


Anastasia Rose Steele

Data de nascimento: 10 de setembro de 1989, Montesano, Washington

Endereço: Rua Green, 1114, apartamento 7, Haven Heights, Vancouver, Washington, 98888

Número de celular: 360 959 4352

Número da identidade: 987-65-4320

Dados bancários: Banco Wells Fargo, Vancouver, Washinton, 98888 Cc: 309361 Saldo: US$683.16

Ocupação: Estudante de graduação WSU – Vancouver Literatura Inglesa – Especialização em inglês

Avaliação desempenho: Excelente

Educação anterior: Colégio Montesano – Ensino médio

Pontos no exame SAT: 2150

Trabalho: Loja de Material de Construções Clayton’s, Estrada Vancouver, Portland, OR (meio período)

Pai: Franklin A. Lambert, Nascimento: 1 de setembro de 1969 falecido em 11 de setembro de 1989

Mãe: Carla May Wilks Adams, Nascimento: 18 de julho de 1970, casou-se com Frank A. Lambert – 1 de maio de 1989, casou-se com Raymond Steele – 6 de junho de 1990, divorciou-se em 12 de julho de 2006, casou-se com Stephen M. Morton – 16 de agosto de 2006, divorciou-se em 31 de janeiro de 2007, casou-se com Robbin (Bob) Adams – 6 de abril de 2009

Filiações políticas: Não encontradas
Filiações religiosas: Não encontradas
Orientação sexual: Desconhecida
Relacionamentos: Nenhuma indicação no presente

(Christian chama Andrea)

CHRISTIAN: – Andrea, me reserve um hotel em Portland para amanhã.

ANDREA: – Sim, senhor.

(Christian senta-se pesadamente em sua cadeira, olhando para a cidade de Seattle)

2 comentários: