(VG)
“Seu nome Ă© Lelliot. Ele Ă© maior que eu. Ele ri. E sorri. E grita. E fala o tempo todo. Ele fala todo o tempo para a mamĂŁe e o papai. Ele Ă© meu irmĂŁo. Por que vocĂȘ nĂŁo fala? Lelliot diz de novo e de novo e de novo. VocĂȘ Ă© estĂșpido? Lelliot diz de novo e de novo e de novo. Eu salto sobre ele e bato no seu rosto de novo e de novo e de novo. Ele chora. Ele chora muito. Eu nĂŁo choro. Eu nunca choro. MamĂŁe estĂĄ com raiva de mim. Eu tenho que sentar no degrau inferior. Eu tenho que sentar por mais tempo. Mas Lelliot nunca mais me pergunta por que eu nĂŁo falo. Se eu faço a minha mĂŁo em um punho, ele foge. Lelliot estĂĄ com medo de mim. Ele sabe que eu sou um monstro.”
*
TREINO, DR. FLYNN E REUNIĂO
(Depois de voltar da corrida, Christian verifica se
hĂĄ algum e-mail de Ana, mas vĂȘ que nĂŁo tem nada. Ele olha para o relĂłgio, e sĂŁo
sete e trinta da manhĂŁ. Ele se olha no espelho por um momento e pega o gilete
para se barbear. Terminando de se barbear, Christian começa a socar um saco de
pancadas em sua pequena academia. Taylor entra no recinto e acena com a cabeça
em cumprimento.)
TAYLOR: — Sr. Grey — (Eles começam uma rodada de
treinos.)
__________
***
(VEF)
(JĂĄ em sua suĂte, Christian
chama por Dr. Flynn, seu psiquiatra. Flynn atende no terceiro toque.)
FLYNN: — OlĂĄ, Christian —
(Flynn atende confiante.)
CHRISTIAN: — John — (ele diz
com firmeza em forma de saudação.)
FLYNN: — Eu nĂŁo vi vocĂȘ esta semana. Deduzi que
vocĂȘ estĂĄ ocupado.
CHRISTIAN: — Estou em Portland.
FLYNN: — Ahan — (Flynn fala
pensativo.)
CHRISTIAN: — Eu vou entregar os
diplomas na cerimĂŽnia de formatura da WSU nesta quinta-feira que vem.
FLYNN: — Mas eu entendi que vocĂȘ nĂŁo aparecia hĂĄ
quase uma semana e tinha cancelado nosso compromisso por causa da formatura. Ă
por esta razĂŁo que vocĂȘ estĂĄ me chamando?
CHRISTIAN: — Sim — (ele diz com
firmeza.)
FLYNN: — Christian, de todo esse tempo que eu
conheço vocĂȘ, como um amigo, e um paciente, vocĂȘ nĂŁo foi assim fechado com
qualquer assunto. O que estĂĄ tornando vocĂȘ tĂŁo reticente agora?
CHRISTIAN: — Eu conheci alguĂ©m,
e ela Ă© a razĂŁo de eu estar aqui, chamando tĂŁo cedo.
(John se engasga com o café que
estĂĄ bebendo. Christian franze a testa.)
CHRISTIAN: — VocĂȘ estĂĄ bem?
— Sim — (A voz de John soa como um grito. Depois,
ele limpa a garganta, e responde em um tom mais controlado.) — Sim, eu estou
muito bem, Christian. Eu estava, ahhh... de qualquer maneira, o que vocĂȘ estava
dizendo? — (Flynn tenta esconder o entusiasmo na voz.)
CHRISTIAN: — Eu conheci uma garota, completamente
por acaso. Ela veio me entrevistar para o jornal da escola WSU. Ela nĂŁo estava
prevista de estar me entrevistando! Na verdade, era sua colega de quarto que
era para me entrevistar, e ela ficou doente, vocĂȘ sabe, com resfriado ou gripe
ou alguma merda assim... E eu estou realmente feliz que ela teve isso! NĂŁo
contente que ela estivesse doente, mas que ela nĂŁo pĂŽde vir! Porque ela pediu a
sua companheira de quarto, Anastasia — (Christian di com admiração na voz, e
Flynn nota.) — E Anastasia foi a que realmente veio para me entrevistar. —
(Christian toma uma respiração profunda, e Flynn faz uma pausa.)
FLYNN: — Estou feliz por vocĂȘ
estar mais detalhado comigo agora, Christian. E vocĂȘ descobriu que esta
Anastasia Ă© outra submissa? Ela Ă© uma mulher que prefere o seu estilo de vida?
— (Flynn pergunta muito interessado.)
CHRISTIAN: — NĂŁo, ela nĂŁo Ă© —
(ele diz sem demonstrar emoçÔes.)
(Flynn solta uma tosse rouca, limpando a garganta.)
CHRISTIAN: — Dr. Flynn... John, vocĂȘ estĂĄ bem? Eu
deveria agendar uma consulta com vocĂȘ? Eu realmente prefiro que nĂŁo. Mas eu
prefiro nĂŁo o fazer, a menos que vocĂȘ esteja tendo uma emergĂȘncia mĂ©dica, John,
jĂĄ que nĂŁo parou de asfixiar-se desde que eu chamei vocĂȘ — (Christian diz
secamente.) — Porque eu realmente preciso falar com vocĂȘ hoje sobre isso! Eu
tive uma noite ruim... pesadelos, mas desta vez Anastasia estava envolvida.
FLYNN: — Eu nĂŁo tenho nenhuma intenção de sair do
telefone com vocĂȘ, Christian. Porque, vocĂȘ poderia estar tendo um avanço.
Deixe-me primeiro deixar uma coisa clara. NĂŁo foi esta jovem mulher que
perseguiu vocĂȘ primeiro?
CHRISTIAN: — NĂŁo.
FLYNN: — EntĂŁo, vocĂȘ foi para
Portland desde Seattle perseguindo essa jovem?
CHRISTIAN: — Sim.
FLYNN: — E esta jovem nĂŁo
compartilha seu estilo de vida, que eu entenda.
CHRISTIAN: — Ainda nĂŁo, mas eu
gostaria.
FLYNN: — Entendo ... — (diz o Dr. Flynn e pausa.) —
No entanto, ela estĂĄ um pouco informada deste estilo de vida que vocĂȘ estĂĄ
tentando apresentĂĄ-la?
CHRISTIAN: — Ela nĂŁo tem dĂ©ia.
Ela Ă©... — (ele se corrige) — era virgem.
(John se engasga mais uma vez, seguida por tosse
forte. Christian espera e franze a testa, incomodado.)
CHRISTIAN: — VocĂȘ estĂĄ bem,
John? — (pergunta preocupado.)
(Sons de tosse continuam longe do telefone. John se
inclina para falar em um interfone distante, a voz ainda meio asfixiada)
FLYNN: — Eleanor, poderia trazer-me um copo de
ĂĄgua, por favor? — (Ele continua a tossir.)
ASSISTENTE DO DR. FLYNN: — Imediatamente, Doutor
Flynn! — (diz a assistente.)
(Christian bufa irritado, e senta no sofĂĄ da suĂte.
Pouco tempo depois, Flynn estĂĄ melhor e de volta ao telefone.)
FLYNN: — Sinto muito, Christian. VocĂȘ teve uma
revelação hoje, e após todos os anos de terapia que eu lhe tenho proporcionado,
eu nĂŁo achei que eu ouviria essas palavras vindas de vocĂȘ. VocĂȘ, perseguindo
uma virgem! — (ele diz com incredulidade na voz.) — VocĂȘ Ă© muito
especĂfico com o tipo de parceira que vocĂȘ escolhe, e uma inexperiente
nĂŁo-submissa, uma virgem, nĂŁo preencheria a sua cota. Estou muito interessado
em saber o que mudou nas suas condiçÔes.
CHRISTIAN: — NĂłs corrigimos a
situação. Ela não é mais virgem.
FLYNN: — Entendo — (ele diz
pensativo.) — E o que ela achou de sua prĂĄtica sexual pesada?
CHRISTIAN: — NĂłs apenas fizemos amor na primeira
vez. Sem brinquedos... Bem, se vocĂȘ nĂŁo contar a minha gravata de seda
prateada. Mas, foi o meu primeiro baunilha — (ele diz calmamente.)
(Flynn começa a engasgar novamente. Quando ele para
com sua explosĂŁo de tosse, Christian diz exasperado.)
CHRISTIAN: — VocĂȘ acha que podemos continuar essa
conversa sem vocĂȘ morrer, John?
FLYNN: — Absolutamente. Ă que vocĂȘ nunca revelou
que tinha interesse em baunilha, ou fazer amor. VocĂȘ tem um conjunto de regras
que vocĂȘ exige que todas as suas parceiras sigam — (ele diz e Christian
interrompe.)
CHRISTIAN: — E esta Ă© a coisa!
Ela nĂŁo se encaixa no projeto de nenhuma maneira! Exceto, talvez, porque ela Ă©
uma morena. Mas, além disso, mesmo que eu tenha presumido que ela estaria
inclinada a ser uma submissa, porque ela era toda 'sim senhor', 'nĂŁo senhor',
ela ainda Ă© muito tĂmida. E eu nĂŁo acho que hĂĄ um sĂł osso de submissa em seu
corpo! E antes que vocĂȘ engasgue de novo — (Christian diz em advertĂȘncia.) — Eu
tenho outras revelaçÔes.
FLYNN: — Eu estou ouvindo.
CHRISTIAN: — Ela dormiu na minha cama trĂȘs vezes
comigo. VocĂȘ sabe... Dormir, dormir. NĂłs tambĂ©m fizemos amor na minha cama. Eu
também penso nela a cada minuto de cada dia, e isso significa todo o tempo em
que estou acordado. E, Ă noite, ela estĂĄ em meus sonhos.
FLYNN: — Curioso! Que tipo de sonhos
vocĂȘ tem tido?
CHRISTIAN: — A noite de anteontem, eu tive meu
maior e melhor sonho molhado. Ela estava tĂŁo fodidamente real! Eu nem sabia, ou
pensei, ou compreendi que era um sonho.
FLYNN: — Muito interessante — (Flynn diz, anotando
em sua pasta de couro.) — VĂĄ em frente — (ele persuade.)
CHRISTIAN: — Ontem Ă noite, foi
a pior noite de todas em que eu tenho pesadelos.
FLYNN: — VocĂȘ teve um sonho com
o cafetĂŁo?
CHRISTIAN: — Sim — (Christian responde e respira
profundamente.) — Ele causou a morte de Anastasia em meu sonho, e eu estava
arrasado. NĂŁo parecia com nenhuma outra perda que eu tive. Nenhuma perda que se
possa comparar com esta. Eu não acho que eu sentiria tanta dor e perturbação se
eu tivesse perdido alguĂ©m da minha famĂlia — (diz com a voz quase inaudĂvel.)
FLYNN: — VocĂȘ gosta dela — (diz
John categoricamente.)
CHRISTIAN: — Esta Ă© a sua opiniĂŁo profissional?
Achei o mĂĄximo — (Christian diz, zombando secamente.)
FLYNN: — O que vocĂȘ acha que
sente por ela, Christian?
CHRISTIAN: — NĂŁo Ă© amor! — (diz
fervorosamente, mais para si mesmo que para o psiquiatra.)
FLYNN: — Ă muito interessante
que vocĂȘ diga isso — (ele diz interessado.) — Por que vocĂȘ tirou essa
conclusĂŁo?
CHRISTIAN: — Eu nĂŁo faço amor,
John! Eu acho que Ă© uma mistura de gostar, reverĂȘncia, admiração, desejo,
luxĂșria, gostar... (Christian diz se calando.)
FLYNN: — VocĂȘ disse isso.
CHRISTIAN: — O que? —
(Christian pergunta sem entender.)
FLYNN: — Gostar. — (diz Flynn.) — VocĂȘ indicou que
gostava dela jĂĄ duas vezes.
CHRISTIAN: — Eu gosto dela.
Bastante, de fato. Na verdade, eu me pego pensando nela, sonhando com ela,
querendo-a, desejando-a, em uma constante interminĂĄvel, nĂŁo, numa taxa
crescente! Apesar do fato de FLYNN: — VocĂȘ disse isso.
CHRISTIAN: — O que? —
(Christian pergunta sem entender.)
FLYNN: — Gostar. — (diz Flynn.) — VocĂȘ indicou que
gostava dela jĂĄ duas vezes.
CHRISTIAN: — Eu gosto dela. Bastante, de fato. Na
verdade, eu me pego pensando nela, sonhando com ela, querendo-a, desejando-a,
em uma constante interminĂĄvel, nĂŁo, numa taxa crescente! Apesar do fato de que
ela nĂŁo tem um Ășnico osso, obediente, submisso, em seu corpo, como estou
descobrindo (ele diz em tom exasperado.)
FLYNN: — E, no entanto, vocĂȘ ainda deseja estar com
ela... Curioso! Fale-me sobre seu pesadelo — (Flynn o encoraja, e Christian lhe
conta.)
FLYNN: — VocĂȘ tem medo de que
ela vĂĄ deixar vocĂȘ?
CHRISTIAN: — Eu pensei que ela estava me deixando
sem me deixar dizer uma palavra na noite de anteontem. Ela me mandou um e-mail
dizendo que era legal ter me conhecido — (Christian diz amargamente.)
FLYNN: — E como foi que vocĂȘ se sentiu?
(Christian suspira.)
CHRISTIAN: — Louco! Perdido... Eu nĂŁo tenho nada
com que comparar o sentimento. Nunca me senti assim antes — (ele diz tentando
deter a emoção.)
FLYNN: — Certamente, vocĂȘ jĂĄ teve outras submissas
com as quais vocĂȘ nĂŁo era compatĂvel, ou que queriam mais do que vocĂȘ pode
oferecer, e das quais vocĂȘ se separou sem qualquer escrĂșpulo nem um segundo
pensamento. VocĂȘ estĂĄ amando esta jovem? — (Flynn pergunta, fazendo Christian
olhar incrédulo para o telefone.)
CHRISTIAN: — NĂŁo — (ele diz alto.) — Eu nĂŁo faço
amor! Eu nĂŁo posso amar. Eu sou ruim para ela, mas eu nĂŁo consigo ficar longe
dela! Ela sente o mesmo em relação a mim! Ă como a mariposa para a chama. —
(Ele corre a mão pelo cabelo, tomando uma profunda inspiração.)
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FLYNN: — Mas, ainda assim, vocĂȘ diz que isso nĂŁo Ă©
amor. O seu medo de perdĂȘ-la estĂĄ se manifestando em seus pesadelos onde geralmente
o cafetĂŁo e sua mĂŁe biolĂłgica desempenham um papel primordial. Ele Ă© o ator
principal na maioria de seus pesadelos; um medo residual de sua infĂąncia, se
vocĂȘ quiser, e ainda assim ele conseguiu inserir-se da maneira mais profunda em
seu maior medo: a perda desta jovem mulher. Isto Ă© o seu subconsciente lhe
dizendo que vocĂȘ vai precisar mudar seus caminhos decorrentes dos danos que
sofreu em seus primeiros anos, se vocĂȘ quiser continuar mantendo um
relacionamento com ela — (diz Flynn calmamente.)
CHRISTIAN: — VocĂȘ pode estar certo. Mas eu nĂŁo
estou interessado em qualquer outro tipo de relacionamento, exceto o de
Dominante e submissa — (diz convincentemente.)
FLYNN: — Suas palavras podem indicar isso, mas vocĂȘ
estĂĄ pronto para acomodar suas necessidades no relacionamento, como fazendo
amor com ela... — (diz Flynn, mas Christian o corta rapidamente.)
CHRISTIAN: — Isso foi apenas um meio para um fim.
EntĂŁo, nĂłs poderĂamos passar para o prĂłximo passo da introdução.
FLYNN: — Como ela se sente sobre isso?
CHRISTIAN: — Ela estĂĄ
negociando seus termos comigo.
(Flynn engasga mais uma vez, e
då uma tossida para disfarçar.)
CHRISTIAN: — John, vocĂȘ estĂĄ
comendo? VocĂȘ parece estar engasgando muito.
FLYNN: — Hipoglicemia. Pequenas refeiçÔes e
frequentes. — (ele diz, depois de um curto tempo, limpando a garganta.) — Para
ser honesto, vocĂȘ conseguiu me chocar muitas vezes esta manhĂŁ, Christian.
CHRISTIAN: — NĂŁo sou eu, Ă© ela! Ela pĂ”e mesmo meu
segurança nervoso, porque eu estou sempre no limite, não sabendo como ela vai
se comportar!
FLYNN: — Vamos chegar ao cerne da questĂŁo,
Christian. Se esta fosse qualquer outra submissa, qualquer outra mulher, vocĂȘ
nĂŁo teria tolerado, porque, como vocĂȘ coloca, vocĂȘ estĂĄ definido em seus
caminhos. Mas, ainda assim, vocĂȘ se acomoda ao que Anastasia quer, suas
necessidades, e vocĂȘ vai deixĂĄ-la negociar seus termos com vocĂȘ.
CHRISTIAN: — Eu nĂŁo dei nome a este sentimento
ainda. Ela Ă© como o sol, e eu sou como um planeta, incapaz de sair de sua
atração... — (Christian diz, impotente.)
FLYNN: — Sim, o amor faz isso com vocĂȘ. ‘L'amour
est comme un sablier, quand le coeur se remplit, le cerveau se vide’ [‘O
amor Ă© como uma ampulheta, quando o coração se enche, o cĂ©rebro se esvazia’].
CHRISTIAN — John — (ele diz secamente.) — O que
vocĂȘ Ă©, um filĂłsofo agora? Mas eu
tenho uma refutação: ‘On n’aime que ce qu'on ne possĂšde pas tout
entier’.
FLYNN: — VocĂȘ diz que ‘nĂłs sĂł amamos o que nĂŁo
possuĂmos totalmente’. VocĂȘ gostaria de possuĂ-la? — (ele pergunta.)
CHRISTIAN: — De certa forma, sim. Mas eu nĂŁo sei se
ela pode ser possuĂda. Como vocĂȘ pode conter um furacĂŁo?
FLYNN: — Vamos supor que vocĂȘ
conseguiu possuĂ-la, e depois?
CHRISTIAN: — Primeiro, eu
gostaria de dar-lhe uma boa surra por me desafiar a cada segundo! — (Christian
diz irritado.)
Flynn: — Interessante, mas vocĂȘ acha que ela estĂĄ
desafiando vocĂȘ, ou se expressando em seus prĂłprios termos?
CHRISTIAN: — Ă a mesma coisa — (ele diz friamente.)
FLYNN: — Mas vocĂȘ gosta dela sendo quem ela Ă©.
Sendo expressiva, com uma boca inteligente, como vocĂȘ colocou mais cedo. Como vocĂȘ se sentiria
se isso tudo se fosse? VocĂȘ sĂł teria uma concha, mecĂąnica, vazia, da mulher que
jĂĄ foi Anastasia. Ă isso o que vocĂȘ deseja? — (Flynn pergunta, fazendo
Christian ficar sem palavras.)
CHRISTIAN: — NĂŁo! Eu estou apenas tentando
protegĂȘ-la. De si mesma. Eu amo sua tenacidade e sua boca inteligente, e amo as
suas habilidades de negociação, mas às vezes ela pode ser imprudente, visto que
ela não tem habilidades de autopreservação. à disso que eu estou tentando
protegĂȘ-la. Talvez Ă© este medo que estava se manifestando em meu sonho.
FLYNN: — Ou — (diz o Dr. Flynn em sua rĂ©plica.) —
que o seu medo de que alguma coisa vai acontecer com ela Ă© tĂŁo grande, que
torna a sua superproteção prejudicial para o bem-estar dela, e estå se manifestando
em seu sonho como um aviso de seu subconsciente. Porque vocĂȘ tem uma suspeita
de que poderia fazĂȘ-la fugir, e ela poderia se machucar, como resultado — (diz ele. Christian
fica em
silĂȘncio por um momento.)
CHRISTIAN: — Eu odeio suas
refutaçÔes — (ele diz, sentindo-se petulante. Flynn ri.)
FLYNN: — Mas a questĂŁo Ă©, como
vocĂȘ vai reagir? Como vocĂȘ vai acomodar a personalidade dela?
CHRISTIAN: — Eu gosto de sua personalidade. Eu nĂŁo
gosto Ă© de desafio. VocĂȘ sabe que eu gosto de controle. Eu sou um fodido sĂĄdico
— (ele diz amargamente.)
FLYNN: — VocĂȘ e eu discordamos nisto, Christian.
VocĂȘ nĂŁo Ă© um sĂĄdico. VocĂȘ Ă© um homem jovem que teve de suportar coisas
horrĂveis nos anos mais formidĂĄveis de sua vida. Mas nĂŁo podemos viver no
passado, como nĂŁo temos qualquer controle sobre o que aconteceu; o que passou.
NĂłs sĂł podemos olhar para frente, e criar um lugar onde vocĂȘ quer estar: uma
meta, um lugar pessoal ideal e trabalhar para alcançar esse ideal. O estilo de
vida em que vocĂȘ estĂĄ, foi apresentado a vocĂȘ quando vocĂȘ era muito jovem, e
vocĂȘ nĂŁo tentou mais nada, nem teve o desejo de fazĂȘ-lo, atĂ© que vocĂȘ conheceu
esta jovem. Mas, na Ășltima semana, vocĂȘ tentou muitas coisas diferentes, que
estĂŁo fora da sua escolha pessoal, fora do que vocĂȘ estĂĄ acostumado, e
descobriu que vocĂȘ gosta disso, com uma jovem inocente nisso. Eu acho que esta
jovem lhe proporcionou a terapia que eu venho tentando administrar-lhe nos
Ășltimos dois anos. Estou admirado com ela. Eu realmente gostaria de conhecĂȘ-la
— (diz ele entusiasmado.)
(Christian faz uma carranca com o crescente ciĂșme
dentro dele, apesar de saber que Flynn tem uma esposa.)
FLYNN: — Podemos nos encontrar
na prĂłxima semana, entĂŁo?
CHRISTIAN: — Sim — (Christian diz e desliga.)
__________
***
(VG)
ROS: — Freddie estava dizendo que Barney pode ter
um protĂłtipo do tablet para vocĂȘ em um par de dias — (Ros diz durante uma
videoconferĂȘncia.)
CHRISTIAN: — Estava estudando os esquemas ontem.
Eles sĂŁo impressionantes, mas nĂŁo tenho certeza de que estamos lĂĄ ainda. Se
conseguirmos este direito nĂŁo hĂĄ como dizer onde a tecnologia poderia ir, e o
que ele poderia fazer nos paĂses em desenvolvimento.
ROS: — NĂŁo se esqueça do mercado domĂ©stico — (ela
avisa.)
CHRISTIAN: — Como se fosse
possĂvel.
ROS: — Grey, quanto tempo vocĂȘ ainda vai ficar em
Portland? O que estĂĄ acontecendo lĂĄ embaixo? — (De olho na webcam, Ross olha
para algo estranho em sua tela, Ă procura de pista na expressĂŁo de Christian.)
(Ele sorri.)
CHRISTIAN: — Uma fusĂŁo.
ROS: — SerĂĄ que Marco sabe
disso?
(Christian bufa.)
CHRISTIAN: — NĂŁo. NĂŁo Ă© esse
tipo de fusĂŁo.
ROS: — Oh. Bem, eu espero que vocĂȘ seja bem sucedido — (diz
ela, sorrindo.)
CHRISTIAN: — Eu tambĂ©m. — (ele
sorri solene.) — Agora, podemos falar sobre Woods?
CHRISTIAN: — Acho que Woods teve tempo suficiente
para virar esse jogo. Ele sĂł nĂŁo quer aceitar a realidade — (Christian diz
enfaticamente, depois de uma longa conversa sobre o funcionĂĄrio.) — Precisamos
que ele se vå, e gostaria que Marco estimasse os custos da liquidação.
— Marco quer se juntar a nĂłs nesta parte da
chamada. Vou chamĂĄ-lo para efetuar login.
***
(VG)
(Ăs 12:30h, Taylor leva Christian para o prĂ©dio da
administração, e o Blackberry vibra. à Grace.)
CHRISTIAN: — MĂŁe?
GRACE: — OlĂĄ querido. Como vocĂȘ estĂĄ?
CHRISTIAN: — Bem. Estou prestes
a entrar em uma reuniĂŁo.
GRACE: — Seu Assistente Pessoal disse que vocĂȘ estĂĄ
em Portland. — (A voz de Grace Ă© esperançosa.)
CHRISTIAN: — Sim, a negĂłcios.
GRACE: — Como estĂĄ Anastasia?
(Christian se retorce no assento
do banco.)
CHRISTIAN: — AtĂ© onde sei estĂĄ
bem, Grace. O que vocĂȘ quer?
GRACE: — Mia estĂĄ voltando para casa uma semana
mais cedo, no sĂĄbado. Estou de plantĂŁo nesse dia e seu pai estĂĄ ausente numa
conferĂȘncia jurĂdica apresentando um painel sobre a filantropia e ajuda.
CHRISTIAN: — VocĂȘ quer que eu
me encontre com ela?
GRACE: — VocĂȘ vai?
CHRISTIAN: — Claro. Peça-lhe para me enviar seus
dados de vĂŽo.
GRACE: — Obrigado querido. Diga
oi para Anastasia por mim.
(Christian assente tentando nĂŁo
sorrir.)
CHRISTIAN: — Tenho que ir.
Adeus, mĂŁe. — (Ele desliga. Taylor abre a porta do carro. — Devo sair por volta
das trĂȘs — (Christian o avisa.)
TAYLOR: — Sim, Sr. Grey.
CHRISTIAN: — VocĂȘ poderĂĄ ver
sua filha amanhĂŁ, Taylor?
TAYLOR: — Sim, senhor — (Taylor
responde satisfeito.)
CHRISTIAN: — Ătimo.
TAYLOR: — Estarei aqui Ă s trĂȘs
— (ele confirma.)
(Christian assente e entra no
prédio.)
__________
***
(VEF)
(Uma vez jĂĄ na suĂte, Christian
vĂȘ Taylor batendo de leve na porta e entrando.)
TAYLOR: — Senhor, Claude
Bastille estĂĄ aqui.
(Christian olha para ele, questionando.)
TAYLOR: — VocĂȘ me pediu para
fazĂȘ-lo encontrar tempo para vĂȘ-lo esta semana, e eu consegui pegĂĄ-lo hoje.
(Christian concorda com a
cabeça. Claude Bastille entra e estende a mão em cumprimento.)
BASTILLE: — Grey — (diz ele
sorrindo.)
CHRISTIAN: — Bastille — (ele
diz pegando a mĂŁo do homem forte.) — Vou encontrĂĄ-lo na academia — (diz
sorrindo.)
__________
***
(Depois de voltar do trabalho, Ana atende um
telefonema de sua mĂŁe.)
CARLA: — Ana, querida, sinto
muitĂssimo — (Carla lamenta ao telefone.)
ANA: — MĂŁe, estĂĄ tudo bem. Ray
estarĂĄ aqui.
CARLA: — Ana, parece
distraĂda... vocĂȘ estĂĄ bem, querida?
ANA: — Sim, mamĂŁe. — (Ana responde evasiva.)
CARLA: — Conheceu alguĂ©m?
ANA: — NĂŁo, mamĂŁe. — (ela
mente.)
CARLA: — Bem, querida, na quinta-feira, eu pensarei
em vocĂȘ. Amo vocĂȘ... vocĂȘ sabe disso, querida?
(Ana sorri carinhosamente.)
ANA: — Eu tambĂ©m te amo, mamĂŁe. DĂȘ meu olĂĄ para
Bob. Espero que se recupere logo.
CARLA: — Certo, querida. Adeus.
ANA: — Adeus.
(Ana desliga o telefone e entra no seu quarto, logo
ligando o computador, lendo uma mensagem de Christian.)
_________________________________________
De:
Christian Grey
Assunto: Suas condiçÔes
Data: 24 de
maio de 2011 01:27
Para:
Anastasia Steele
Cara Srta. Steele,
ApĂłs ter analisado mais detidamente os problemas
que propÎs, permita-me chamar a atenção para a definição de submisso.
submisso
[sub-mis-so] — adjetivo
1. propenso
ou pronto a se submeter; que obedece humildemente sem resistir; servos
submissos.
2. que
denota ou envolve submissĂŁo: uma resposta submissa
Origem: 1580-1590; submiss + -ive
SinĂŽnimos: 1. dĂłcil, complacente, flexĂvel, receptivo. 2. passiva, resignada,
paciente, dĂłcil, manso, subjugado. AntĂŽnimos: 1. rebelde, desobediente.
Por favor, tenha isto em mente para o nosso
encontro na quarta-feira.
Christian Grey
CEO, Grey Enterprises Holdings, Inc
_________________________________________
*Não esqueça de
deixar seu comentĂĄrio. Isso ajuda muito a fortalecer o blog.*
(Depois do meu treino,
Christian toma um banho, pede o jantar, enquanto termina seu trabalho. Ele
espera pela mensagem de Ana, mas desiste de esperar, voltando a atenção para o
trabalho. O som da caixa de mensagens toca, e ele se apressa para atender, mas
se decepciona ao ver que Ă© uma mensagem de Ros. Ele lĂȘ a mensagem de sua
assistente, e recebe uma mensagem de Ana. Ele abandona o texto que estĂĄ
escrevendo para Ros.)
_________________________________________
De:
Christian Grey
Assunto: Suas condiçÔes
Data: 24 de
maio de 2011 01:27
Para:
Anastasia Steele
Cara Srta. Steele,
ApĂłs ter analisado mais detidamente os problemas
que propÎs, permita-me chamar a atenção para a definição de submisso.
submisso
[sub-mis-so] — adjetivo
1. propenso
ou pronto a se submeter; que obedece humildemente sem resistir; servos
submissos.
2. que
denota ou envolve submissĂŁo: uma resposta submissa
Origem: 1580-1590; submiss + -ive
SinĂŽnimos: 1. dĂłcil, complacente, flexĂvel, receptivo. 2. passiva, resignada,
paciente, dĂłcil, manso, subjugado. AntĂŽnimos: 1. rebelde, desobediente.
Por favor, tenha isto em mente para o nosso
encontro na quarta-feira.
Christian Grey
CEO, Grey Enterprises Holdings, Inc
_________________________________________
De:
Anastasia Steele
Assunto: Meus problemas... E sobre seus problemas?
Data: 24 de
maio de 2011 18:29
Para:
Christian Grey
Senhor,
Por favor, veja a data de origem: 1580-90.
Eu gostaria de lembrar-lhe, respeitosamente, que estamos em 2011. EvoluĂmos
muito desde entĂŁo.
Permita-me apresentar uma definição para a
sua consideração para nosso próximo encontro:
compromisso - [kom-pro-mis-so] —
substantivo masculino
1. acerto
de diferenças por concessĂ”es mĂștuas; convenção ou comprometimento entre duas ou
mais partes litigantes de se sujeitarem a um julgamento ou decisĂŁo arbitral. 2.
obrigação assumida por uma ou diversas partes. 3. dĂvida a ser paga em dia
combinado.
comprometido [kom-pro-me-ti-do]: — adjetivo
1. obrigado
por compromisso. 2. dado como penhor de garantia, empenhado. 3. que se
envolveu, enredado. 4. que foi prejudicado, danificado.
_________________________________________
De:
Christian Grey
Assunto: E os meus problemas?
Data: 24 de
maio de 2011 18:32
Para:
Anastasia Steele
Tem razĂŁo,
como sempre, Srta. Steele. Passarei para pegĂĄ-la em sua casa amanhĂŁ Ă s 19
horas.
Christian
Grey
CEO, Grey Enterprises Holdings, Inc.
_________________________________________
(VG)
(O Blackberry vibra. Ă Elliot.)
ELLIOT: — Ei, figurĂŁo. Kate me
pediu para perturbå-lo sobre a mudança.
CHRISTIAN: — A mudança?
ELLIOT: — Kate e Ana, ajudar na
mudança, seu merda.
(Christian suspira.)
CHRISTIAN: — NĂŁo posso ajudar.
Vou me encontrar com Mia no aeroporto.
ELLIOT: — O QuĂȘ? MamĂŁe nĂŁo pode
fazer isso, ou o pai?
CHRISTIAN: — NĂŁo. MamĂŁe me
ligou esta manhĂŁ.
ELLIOT: — EntĂŁo eu acho que isso encerra o assunto.
VocĂȘ nunca me contou como se ficou com a Ana? VocĂȘ f...
CHRISTIAN: — Tchau, Elliot. —
(Ele desliga antes que Elliot pudesse falar qualquer bobagem.)
(Christian termina de finalizar
a mensagem endereçada para Ros, e recebe um e-mail de Ana.)
__________
_________________________________________
De: Anastasia Steele
Assunto: 2011 - As mulheres sabem dirigir.
Data: 24 de
maio de 2011 18:40
Para:
Christian Grey
Senhor,
Eu tenho um carro. Posso dirigir.
Eu preferiria encontrĂĄ-lo em algum lugar.
Onde o encontro?
Em seu hotel Ă s 19:00 hs?
Ana
_________________________________________
De:
Christian Grey
Assunto: Jovens Teimosas
Data: 24 de
maio de 2011 18:43
Para:
Anastasia Steele
Cara Srta. Steele,
Refiro-me ao meu e-mail datado de 24 de
maio, enviado Ă 1h27, e Ă definição ali incluĂda.
Algum dia acha que serĂĄ capaz de fazer
aquilo que lhe dizem?
Christian Grey
CEO, Grey Enterprises Holdings, Inc.
_________________________________________
De:
Anastasia Steele
Assunto: Homens intratĂĄveis
Data: 24 de
maio de 2011 18:49
Para:
Christian Grey
Sr. Grey,
Gostaria de ir no meu carro.
Por Favor.
Ana
CEO, Grey Enterprises Holdings, Inc.
_________________________________________
De: Christian
Grey
Assunto: Homens Exasperados
Data: 24 de
maio de 2011 18:52
Para:
Anastasia Steele
Tudo bem.
No meu hotel Ă s 19 horas.
Encontro-a no Marble Bar.
Christian Grey
CEO, Grey Enterprises Holdings, Inc.
_________________________________________
De:
Anastasia Steele
Assunto: Homens nĂŁo tĂŁo intratĂĄveis
Data: 24 de
maio de 2011 18:55
Para:
Christian Grey
Obrigada.
Beijo
Ana
_________________________________________
(Christian e Ana sorriem para
as telas de seus respectivos laptops.)
***
QUARTA-FEIRA, 25
DE MAIO 25 DE 2011
ENCONTRO DE JANTAR E REVISĂES DE
LIMITES
ANA: — Paul, jĂĄ lhe falei cem
vezes, esta noite vou sair — (Ana diz ao irmĂŁo do dono da loja, incomodada com
os assédios dele.)
PAUL: — NĂŁo, nĂŁo vai. Diz isso para me dar o fora.
Sempre me dĂĄ o fora.
ANA: — Paul, eu sempre pensei
que nĂŁo era boa ideia sair com o irmĂŁo do chefe.
PAUL: — DeixarĂĄ de trabalhar
aqui na sexta-feira. E amanhĂŁ nĂŁo trabalha.
ANA: — E a partir de sĂĄbado estarei em Seattle, e
vocĂȘ em Nova York. Nem de propĂłsito poderĂamos estar mais longe. AlĂ©m disso, Ă©
verdade que tenho um encontro esta noite.
PAUL: — Com o JosĂ©?
ANA: — NĂŁo.
PAUL: — Com quem?
ANA: — Paul... Oh. — (Ela suspira exasperada.) —
Com Christian Grey.
(Paul a encara, mudo.)
PAUL: — VocĂȘ vai sair com Christian Grey? —
(pergunta quando se recupera do susto. Seu tom de incredulidade Ă© evidente.)
ANA: — Sim.
PAUL: — Entendo — (ele diz um pouco abatido.)
***
(Ăs cinco em ponto Ana sai
correndo da loja.)
“Kate me emprestou dois vestidos e dois pares de sapatos, para esta noite e para a graduação de amanhĂŁ. Eu queria poder sentir-me mais entusiasmada com roupas e fazer um esforço extra, mas nĂŁo sĂŁo minhas. Qual Ă© a sua, AnastĂĄsia? A pergunta de Christian, a meia voz, me perseguia. Balançando a cabeça e me esforçando para acalmar os nervos, escolho o vestido cor de ameixa para esta noite. Ă discreto e parece adequado para uma entrevista de negĂłcios, por que, depois de tudo, vou negociar um contrato.”
(Ela toma um banho, depila as pernas e as axilas,
lava os cabelos e passo uma boa meia hora secando-os, deixando cair ondulado
sobre seus seios e costas. Pega algumas mechas com um pente para retirĂĄ-lo do
rosto, aplico algum rĂmel e brilho de labial. Ela calça os sapatos de salto cor
de ameixa, combinando com o vestido, e por volta das seis e meia, estĂĄ pronta.)
ANA: — Bem? — pergunta para Kate.
(Kate
sorri.)
KATE: — Rapaz, vocĂȘ vai arrasar, Ana. — Ela acena
com aprovação. —VocĂȘ estĂĄ gostosa.
ANA: — Gostosa! Pretendo ser
discreta e parecer uma mulher de negĂłcios.
KATE: — TambĂ©m, mas sobretudo, estĂĄ gostosa. Este
vestido fica muito bem com seu tom de pele. E Ă© bem justo — (diz com uma
risadinha.)
ANA: — Kate! — (Ana a
repreende.)
KATE: — As coisas sĂŁo como sĂŁo, Ana. A impressĂŁo
geral Ă©... muito boa. Com esse vestido, terĂĄ ele comendo em sua mĂŁo.
(Ana aperta os lĂĄbios.)
ANA: — Deseje-me sorte.
KATE: — VocĂȘ precisa de sorte para ficar com ele? —
(pergunta ela franzindo a testa, confusa.)
ANA: — Sim, Kate.
KATE: — Bem, pois entĂŁo tenha sorte. — (As duas se
abraçam e Ana sai pela porta da frente.)
***
(VEF)
“Eu coloquei a minha habitual camisa de linho branco e jeans preto, gravata preta e jaqueta preta. Eu quero parecer impecĂĄvel para que ela nĂŁo seja capaz de deixar-me. Corro os dedos pelo meu cabelo, deixando-o despenteado e dando-lhe um ar de recĂ©m fodido.”
__________
*Não esqueça de deixar seu comentårio.
Isso ajuda muito a fortalecer o blog.*
(No bar, Christian pede uma taça de vinho branco, e
olha ansioso para o relĂłgio, que estĂĄ indicando seis horas da noite e cinquenta
e seis minutos. Ana chega ao bar e para perto da entrada, suspirando de desejo
ao vĂȘ-lo. Christian olha nervoso para a entrada e, ao vĂȘ-la, dĂĄ um deslumbrante
sorriso. Ana lhe sorri timidamente, e ambos caminham em direção ao outro.)
CHRISTIAN: — VocĂȘ estĂĄ linda — (Christian murmura,
inclinando-se para beijĂĄ-la rapidamente na bochecha.) — De vestido, Srta.
Steele. Aprovo.
(Christian toma a mĂŁo dela, e a leva a uma mesa
reservada, fazendo um gesto ao garçom.)
CHRISTIAN: — O que vocĂȘ
gostaria de beber?
(Ana esboça um ligeiro sorriso
enquanto se senta na mesa.)
ANA: — Vou beber o mesmo que vocĂȘ, por favor.
(Ele sorri para Ana, pede outro
copo do Sancerre e se senta em frente a ela.)
CHRISTIAN: — Eles tĂȘm uma excelente adega aqui —
(ele diz, inclinando a cabeça para um lado.)
(Ele apoia os cotovelos na mesa e junta os dedos de
ambas as mĂŁos Ă altura da boca, olhando atentamente para ela. Ana o olha de
volta, e remexe-se na cadeira, desviando-se de seu olhar.)
CHRISTIAN: — VocĂȘ estĂĄ nervosa?
— (ele pergunta amavelmente.)
ANA: — Estou.
(Christian dĂĄ um meio sorriso.)
CHRISTIAN: — Eu tambĂ©m — (ele sussurra com
cumplicidade. Ana o encara com incredulidade no olhar.)
(O garçom coloca o vinho de Ana, um pratinho
com frutas secas e outro com azeitonas entre eles. Ana endireita a coluna e
olha para Christian quando o garçom vai embora.)
ANA: — EntĂŁo, como faremos isso? — (ela pergunta.)
— Revisamos meus pontos um a um?
CHRISTIAN: — Sempre tĂŁo impaciente, senhorita
Steele.
ANA: — Bem, eu poderia
perguntar o que vocĂȘ achou do tempo hoje?
(Christian sorri e pega uma azeitona e bota na boca.
Os olhos de Ana fixam na boca dele, se contorcendo desejosa na cadeira e
ruborizando.)
CHRISTIAN: — Achei que o tempo esteve
particularmente normal hoje — (Christian sorri, tentando demonstrar
indiferença.)
ANA: — EstĂĄ debochando de mim,
Sr. Grey?
CHRISTIAN: — Estou, Srta.
Steele.
(Ana franze os lĂĄbios para
reprimir o sorriso.)
ANA: — Sabe que este contrato Ă©
legalmente invĂĄlido?
CHRISTIAN: — Estou plenamente
ciente desse fato, Srta. Steele.
ANA: — Ia comunicĂĄ-lo a mim em
algum momento?
(Ele franze a testa.)
CHRISTIAN: — Acha que eu a coagiria a fazer algo
contra sua vontade, e depois fingiria ter poder legal sobre vocĂȘ?
ANA: — Bem... sim.
(Christian arqueia as
sobrancelhas.)
CHRISTIAN: — NĂŁo me tem em
muito alta conta, nĂŁo Ă©?
ANA: — NĂŁo respondeu a minha
pergunta.
(Ele suspira profundamente.)
CHRISTIAN: — Anastasia, nĂŁo importa se Ă© legal ou
nĂŁo. O contrato representa um acordo que gostaria de fazer com vocĂȘ - o que
espero de vocĂȘ e o que vocĂȘ pode esperar de mim. Se nĂŁo lhe agrada, entĂŁo nĂŁo
assine. Se assinar e depois achar que nĂŁo lhe agrada, hĂĄ clĂĄusulas de
salvaguarda suficientes para que possa cair fora. Mesmo se o contrato fosse
legalmente vinculante, acha que iria arrastĂĄ-la para os tribunais se decidisse
cancelĂĄ-lo?
(Ana toma um longo gole de vinho.)
CHRISTIAN: — RelaçÔes como esta se baseiam em
honestidade e confiança. Se não confiar em mim, confiar para saber como afeto
vocĂȘ, atĂ© onde posso ir, atĂ© onde posso levĂĄ-la, se nĂŁo puder ser honesta comigo, aĂ realmente
nĂŁo podemos fazer isso — (ele segue dizendo.)
(Ana esfrega o queixo pensativa.)
CHRISTIAN: — Ă muito simples, AnastĂĄsia. Confia em
mim ou nĂŁo? — (Ele pergunta a encarando firmemente.)
(Ana ergue a
cabeça para ele.)
ANA: — Teve discussĂ”es semelhantes com, hĂŁ... as
quinze?
CHRISTIAN: — NĂŁo.
ANA: — Por que nĂŁo?
CHRISTIAN: — Porque elas eram todas submissas
estabelecidas. Sabiam o que queriam de uma relação comigo e o que eu esperava
de modo geral. Com elas, era sĂł uma questĂŁo de ajustar os limites brandos,
esses detalhes.
(Ela balança a cabeça em reflexão.)
ANA: — VocĂȘ frequenta alguma loja? A Butique das
Submissas, ou algo assim?
(Ele ri.)
CHRISTIAN: — NĂŁo exatamente.
ANA: — EntĂŁo, como?
CHRISTIAN: — Ă isso que vocĂȘ quer discutir? Ou
vamos direto ao x da questĂŁo? Seus problemas, como vocĂȘ diz.
(Ana engole em seco e olha para as mĂŁos, que estĂŁo
entrelaçadas sobre suas pernas.)
CHRISTIAN: — EstĂĄ com fome?
(Ela ergue a cabeça para
olhĂĄ-lo.)
ANA: — NĂŁo.
CHRISTIAN: — VocĂȘ comeu hoje?
ANA: — NĂŁo. — (ela responde hesitante.)
(Ele a olha
com expressĂŁo irritada.)
CHRISTIAN: — VocĂȘ tem que comer, Anastasia. Podemos
comer aqui ou na minha suĂte. O que prefere?
ANA: — Acho que devemos ficar
em terreno pĂșblico e neutro.
(Ele sorri cético.)
CHRISTIAN: — Acha que isso me deteria? — (ele
pergunta em voz baixa e desejosa.)
(Ana arregala os olhos e engole
a saliva.)
ANA: — Espero que sim.
CHRISTIAN: — Venha, reservei uma sala de jantar
privada. Nada de pĂșblico. — (Levantando-se, ele estende a mĂŁo para ela.)
CHRISTIAN: — Traga o seu vinho
— (ele murmura.)
(Ana pega a taça de vinho e
segura a mão dele. Eles cruzam o bar, e um garçom se aproxima deles.)
GARĂOM: — Sr. Grey, por aqui,
por favor.
“NĂłs o seguimos por uma luxuosa sala de sofĂĄs, atĂ© um refeitĂłrio privado, com uma sĂł mesa. Era pequeno, mas suntuoso. Sob um candelabro cintilante, a mesa estĂĄ coberta por linho engomado, taças de cristal, talheres de prata e um ramo com uma rosa branca. Um encanto antigo e sofisticado impregnava a sala, forrada com painĂ©is de madeira.”
(O garçom retira a cadeira e Ana se senta. Ela
coloca o guardanapo no colo. O garçom coloca as taças na mesa, e Christian se
senta em frente a ela. Ana morde o lĂĄbio, olhando timidamente para ele.
CHRISTIAN: — NĂŁo morda o lĂĄbio — (ele estreita os
olhos para ela.)
(Ana franze a testa.)
CHRISTIAN: — JĂĄ fiz os pedidos.
Espero que nĂŁo se importe.
ANA: — NĂŁo, tudo bem.
CHRISTIAN: — Ă bom saber que
vocĂȘ pode ser concordante. — (Ele sorri.) — Agora, onde estĂĄvamos?
ANA: — No x da questĂŁo. — (Ana dĂĄ outro longo gole
no vinho.)
CHRISTIAN: — Sim, suas objeçÔes. — (Ele pĂ”e a mĂŁo
no bolso interno da jaqueta e tira uma folha de papel.)
CHRISTIAN: — ClĂĄusula 2.
Aceita. Isso beneficia a nĂłs dois. Redigirei de novo.
(Ana se
retorce contra o assento e toma outro gole de vinho.)
CHRISTIAN: — Minha saĂșde sexual. Bem, todas as
minhas parceiras anteriores fizeram exames de sangue, e faço exames regulares a
cada seis meses para todos os riscos de saĂșde que vocĂȘ menciona. Todos os meus
testes recentes estĂŁo bons. Nunca usei drogas. Na verdade, sou veementemente
contra drogas. Tenho uma polĂtica rĂgida de nĂŁo tolerĂąncia com relação a drogas
para todos os meus empregados, e insisto em testes aleatĂłrios.
(Ana arqueia as sobrancelhas,
olhando-o perplexa.)
CHRISTIAN: — Nunca fiz nenhuma
transfusĂŁo de sangue. Isso responde Ă sua pergunta?
(Ela assente concordando.)
CHRISTIAN: — Sua questĂŁo seguinte, jĂĄ mencionei. VocĂȘ
pode ir embora a qualquer momento, Anastasia. NĂŁo vou impedi-la. Mas se for,
acabou. SĂł para vocĂȘ saber.
ANA: — Tudo bem — (ela responde em voz baixa.)
(Os dois seguem em silĂȘncio enquanto o garçom entra
com os aperitivos.)
CHRISTIAN: — Espero que vocĂȘ
goste das ostras — (Christian diz em tom amĂĄvel quando o garçom se retira.)
ANA: — Nunca comi.
CHRISTIAN: — SĂ©rio? Bem. Basta deixar escorregar e
engolir. Acho que consegue fazer isso. — (Christian olha incisivamente para
Ana, e ela ruboriza por saber a que ele se refere.)
(Ele espreme o suco de limĂŁo sobre o marisco e
inclina-o em sua boca.)
CHRISTIAN: — Mmm, delicioso. Tem gosto de mar —
(ele diz sorrindo.) — VĂĄ em frente — (ele a encoraja.)
ANA: — EntĂŁo, eu nĂŁo preciso
mastigar?
CHRISTIAN: — NĂŁo, Anastasia,
nĂŁo precisa.
(Christian sorri, divertido, mas muda a expressĂŁo
ao ver Ana morder o lĂĄbio inferior. Ele se retorce na cadeira, e ela pega a
primeira ostra. Ana joga suco de limĂŁo e a coloca na boca, lambendo os lĂĄbios.
Christian a olha intensamente.)
CHRISTIAN: — E aĂ? — (ele
pergunta com a voz rouca.)
ANA: — Vou comer outra.
CHRISTIAN: — Boa garota — (ele
diz orgulhoso.)
ANA: — VocĂȘ pediu ostras de propĂłsito? NĂŁo dizem
que sĂŁo afrodisĂacas?
CHRISTIAN: — NĂŁo, Ă© sĂł o primeiro prato do menu. NĂŁo
preciso de um afrodisĂaco perto de vocĂȘ. Acredito que sabe, e acredito que Ă©
assim com vocĂȘ tambĂ©m — (diz tranquilamente.) — EntĂŁo, onde estĂĄvamos? — Ele dĂĄ
uma olhada no e-mail, enquanto pego outra ostra.)
CHRISTIAN: — Obedecer a mim em tudo. Sim, quero que
vocĂȘ faça isso. Pense nisso como desempenhar um papel, Anastasia.
ANA: — Mas tenho medo de que
vocĂȘ me machuque.
CHRISTIAN: — Machuque como?
ANA: — Fisicamente.
CHRISTIAN: — Acha mesmo que eu
faria isso? Passar de qualquer limite que vocĂȘ nĂŁo possa suportar?
ANA: — VocĂȘ disse que jĂĄ
machucou alguém antes.
CHRISTIAN: — Sim, machuquei.
Foi hĂĄ muito tempo atrĂĄs.
ANA: — Como a machucou?
CHRISTIAN: — Eu a suspendi no teto do quarto de
jogos. Na verdade, essa é uma das suas questÔes. Suspensão. à para isso que
servem os mosquetÔes no quarto. Brincadeiras com corda. Uma das cordas estava
muito apertada.
(Chocada, Ana levanta uma mĂŁo
pedindo-lhe que pare.)
ANA: — NĂŁo preciso saber de
mais nada. EntĂŁo vocĂȘ nĂŁo vai me suspender?
CHRISTIAN: — NĂŁo se vocĂȘ realmente
nĂŁo quiser. VocĂȘ pode tornar isso um limite rĂgido.
ANA: — Ok.
CHRISTIAN: — Obedecer, entĂŁo.
Acha que consegue fazer isso?
(Ana o encara hesitante.)
ANA: — Eu poderia tentar — (ela
sussurra.)
CHRISTIAN: — Ătimo. — (Ele
sorri.) — Agora vigĂȘncia. ClĂĄusula onze. Um mĂȘs em vez de trĂȘs nĂŁo Ă© nada,
especialmente se vocĂȘ quiser um fim de semana longe de mim por mĂȘs. — (Ele
pausa.) — Que tal, um dia de um fim de semana por mĂȘs sĂł para vocĂȘ. Mas ficarĂĄ
comigo uma noite no meio da semana.
ANA: — Tudo bem.
CHRISTIAN: — E, por favor, vamos experimentar por
trĂȘs meses. Se nĂŁo gostar, pode ir embora quando quiser.
ANA: — TrĂȘs meses — (ela repete devagar, pensando,
depois toma mais um gole de vinho e pega uma ostra.)
CHRISTIAN: — A questĂŁo da posse, isso Ă© sĂł terminologia
e remonta ao princĂpio da obediĂȘncia. Ă para colocĂĄ-la no estado de espĂrito
certo, para entender meu ponto de vista. E quero que saiba que tĂŁo logo vocĂȘ
entre pela porta da minha casa como minha submissa, faço o que quiser com vocĂȘ.
VocĂȘ tem que aceitar isso, e de bom grado. Por isso precisa confiar em mim. Vou
foder vocĂȘ, a qualquer momento, do jeito que eu quiser, onde eu quiser. Vou
disciplinĂĄ-la, porque vocĂȘ vai fazer besteira. Vou treinĂĄ-la para me
satisfazer. Mas sei que vocĂȘ nunca fez isso. Vamos começar devagar, e vou
ajudĂĄ-la. Vamos desenvolver vĂĄrios cenĂĄrios. Quero que vocĂȘ confie em mim, mas
sei que tenho que conquistar sua confiança e vou conquistĂĄ-la. A frase ‘ou de
outra maneira qualquer’ tambĂ©m Ă© para ajudĂĄ-la a entrar no espĂrito; significa
que vale tudo.
(Christian termina de falar, com os olhos fixos e
apaixonados em Ana, e ela o encara de volta, maravilhada e perturbada ao mesmo
tempo.)
CHRISTIAN: — Ainda estĂĄ acompanhando? — (ele
pergunta em um sussurro, com voz intensa, cĂĄlida e sedutora. Toma um gole de
vinho sem tirar seus olhos dela. Ana o encara sem fĂŽlego.)
(O garçom se aproxima da porta, e Christian assente
ligeiramente para lhe indicar que pode retirar os pratos.)
CHRISTIAN: — Quer mais vinho?
ANA: — Tenho que dirigir.
CHRISTIAN: — Um pouco de ĂĄgua,
entĂŁo? Com ou sem gĂĄs?
ANA: — Com gĂĄs, por favor.
O garçom parte com os pratos.
CHRISTIAN: — VocĂȘ estĂĄ muito
calada — (ele sussurra.)
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blog.*
ANA: — VocĂȘ estĂĄ muito falante.
(Christian sorri e olha
novamente para a folha de e-mail.)
CHRISTIAN: — Disciplina. HĂĄ uma linha muito tĂȘnue
entre prazer e dor, Anastasia. SĂŁo dois lados da mesma moeda, e nĂŁo hĂĄ um sem o
outro. Posso lhe mostrar quĂŁo prazerosa pode ser a dor. VocĂȘ nĂŁo acredita em
mim agora, mas é isso que quero dizer com confiança. Vai haver dor, mas nada
que vocĂȘ nĂŁo possa suportar. — (Ele pausa por um momento e olha atentamente
para ela.) — Mais uma vez, tudo Ă© confiança. VocĂȘ confia em mim, Ana?
ANA: — Confio — (ela responde espontaneamente.)
CHRISTIAN: — Bem, entĂŁo, o
resto deste material sĂŁo apenas detalhes.
ANA: — Detalhes importantes.
CHRISTIAN: — Tudo bem. Vamos
analisĂĄ-los.
(O garçom volta a aparecer com o segundo prato:
bacalhau, aspargos e purĂȘ de batatas com molho holandĂȘs.)
CHRISTIAN: — Espero que vocĂȘ goste de peixe — (ele
diz em tom amĂĄvel, e Ana dĂĄ uma mordida no bacalhau negro.)
CHRISTIAN: — As regras. Vamos falar sobre ela.
Comida pode inviabilizar o acordo?
ANA: — Pode.
CHRISTIAN: — Posso modificar
dizer que vocĂȘ vai comer, pelo menos, trĂȘs refeiçÔes por dia?
ANA: — NĂŁo. — (ela diz firmemente.)
(Christian reprime um suspiro irritado, e aperta os
lĂĄbios.)
CHRISTIAN: — Preciso saber que vocĂȘ nĂŁo estĂĄ com
fome.
(Ana franze a testa.)
ANA: — VocĂȘ vai ter que confiar
em mim.
CHRISTIAN: — TouchĂ©, Srta. Steele — (diz em tom
tranquilo.) — Concedo a alimentação e o sono.
(Ela sorri aliviada.)
ANA: — Por que nĂŁo posso olhar
para vocĂȘ?
CHRISTIAN: — Isso Ă© uma coisa entre dominador e
submissa. VocĂȘ vai se acostumar.
(Ana franze a testa.)
ANA: — Por que nĂŁo posso te
tocar?
CHRISTIAN: — Porque nĂŁo.
ANA: — Isso Ă© por causa da Sra.
Robinson?
(Christian a encara com
incredulidade.)
CHRISTIAN: — Por que vocĂȘ acha isso? VocĂȘ acha que
ela me traumatizou?
(Ana faz que sim.)
CHRISTIAN: — NĂŁo, Anastasia. Ela nĂŁo Ă© o motivo.
Além disso, Sra. Robinson não aceitaria nenhuma dessas merdas de minha parte.
ANA: — EntĂŁo nĂŁo tem nada a ver
com ela... — (ela diz, assentindo lentamente.)
CHRISTIAN: — NĂŁo. E tambĂ©m nĂŁo
quero que vocĂȘ se toque.
ANA: — SĂł por curiosidade... por
quĂȘ?
CHRISTIAN: — Porque quero todo o seu prazer para
mim — (diz em tom rouco, mas determinado.)
(VG)
“Na verdade, eu a quero agora. Poderia transar com ela aqui para ver se ela ficaria calada. Realmente calada, sabendo que estamos ao alcance da voz dos funcionĂĄrios do hotel e dos hĂłspedes. Afinal, Ă© por isso que eu reservei esta sala.”
__________
(Ela abre a boca como se fosse
dizer algo, mas fecha-a novamente e toma outro pedaço de comida de seu prato
praticamente intocado.)
CHRISTIAN: — JĂĄ lhe dei muita
coisa para pensar, nĂŁo foi? — (diz, dobrando o e-mail e colocando-o no bolso
interior do casaco.)
ANA: — Sim — (ela assente,
perturbada.)
CHRISTIAN: — Quer falar dos
limites brandos agora?
ANA: — NĂŁo durante o jantar.
(Ele sorri.)
CHRISTIAN: — Fica enjoada?
ANA: — Algo assim.
CHRISTIAN: — VocĂȘ nĂŁo comeu
muito.
ANA: — Estou satisfeita.
CHRISTIAN: — TrĂȘs ostras, quatro garfadas de
bacalhau e um talo de aspargo, nada de batata, nada de frutas secas, nada de
azeitonas, e nĂŁo comeu o dia inteiro. VocĂȘ disse que eu podia confiar em vocĂȘ.
(Ana arregala os olhos em surpresa.)
ANA: — Christian, por favor, nĂŁo Ă© todo dia que
preciso lidar com conversas como esta.
CHRISTIAN: — Preciso de vocĂȘ em
forma e saudĂĄvel, Anastasia.
ANA: — Eu sei.
CHRISTIAN: — E agora, quero
tirar vocĂȘ desse vestido.
(Ela engole em seco e se
retorce na cadeira.)
ANA: — Acho que nĂŁo Ă© uma boa ideia — (murmura.) —
Ainda nĂŁo comemos a sobremesa.
CHRISTIAN: — VocĂȘ quer
sobremesa? — (ele pergunta baixinho.)
ANA: — Quero — (Ana responde no
mesmo tom que ele.)
CHRISTIAN: — VocĂȘ pode ser a
sobremesa — (murmura sugestivamente.)
ANA: — NĂŁo tenho certeza se sou
doce o bastante.
ANA: — Christian, vocĂȘ usa o sexo como uma arma.
Isso realmente nĂŁo Ă© justo — (ela sussurra olhando para as mĂŁos, e logo o
encara nos olhos. Christian levanta as sobrancelhas, surpreso, e segura o
queixo, pensativo.)
CHRISTIAN: — Tem razĂŁo. Uso. Na vida, a gente usa o
que pode, Anastasia. Isso nĂŁo muda o quanto desejo vocĂȘ. Aqui. Agora.
(Ana suspira desejosa.)
CHRISTIAN: — Gostaria de
experimentar uma coisa. — (Ela franze a testa.) —
Se vocĂȘ fosse minha sub, vocĂȘ nĂŁo teria que pensar sobre isso. Seria fĂĄcil. —
(A voz dele Ă© doce e sedutora.) — Todas essas decisĂ”es, todo o cansativo
processo de raciocĂnio por trĂĄs disso. O “SerĂĄ que Ă© a coisa certa a fazer?
SerĂĄ que isso devia acontecer aqui? Pode acontecer agora?”. VocĂȘ nĂŁo precisaria se preocupar com nenhum desses
detalhes. Era o que eu faria como seu Dominador. E agora mesmo, sei que vocĂȘ me
quer, Anastasia.
(Ana franze a testa ainda mais,
e joga uma mecha de cabelo sobre o ombro, lambendo os lĂĄbios.)
CHRISTIAN: — Sei disso
porque... — (ele segue dizendo.) — seu corpo estĂĄ entregando vocĂȘ. EstĂĄ
cruzando as pernas, com o rosto vermelho e a respiração alterada.
ANA: — Como vocĂȘ sabe sobre minhas pernas? —
(pergunta em voz baixa, em tom incrédulo.)
CHRISTIAN: — Senti a toalha mexer, e Ă© um palpite
com base em anos de experiĂȘncia. Estou certo, nĂŁo estou?
(Ana ruborizo e desvia seu olhar do dele.)
ANA: — Ainda nĂŁo terminei meu
bacalhau.
CHRISTIAN: — Prefere bacalhau
frio a mim?
(Ana levanta o olhar para ele, e Christian a encara
com desejo.)
ANA: — Pensei que nĂŁo gostasse
que eu deixasse comida no prato.
CHRISTIAN: — Neste momento, Srta. Steele, nĂŁo dou a
mĂnima para sua comida.
ANA: — Christian. VocĂȘ
simplesmente nĂŁo joga limpo.
CHRISTIAN: — Eu sei. Nunca
joguei.
(Eles se encaram durante um tempo, em silĂȘncio. Ana
tenta desviar seu olhar do dele, e espeta um aspargo. Bem devagar, coloca a
ponta do aspargo na boca e chupa. Christian a encara com os olhos intensos de
desejo.)
CHRISTIAN: — AnastĂĄsia, o que estĂĄ fazendo?
(Ela morde a pontinha e o olha com um certo
charme.)
ANA: — Comendo meu aspargo — (diz ela com um
sorriso tĂmido.)
(Christian se remexe em sua cadeira.)
CHRISTIAN: — Acho que vocĂȘ estĂĄ brincando comigo,
Srta. Steele.
(Ela finge inocĂȘncia.)
ANA: — SĂł estou terminando de
comer, Sr. Grey.
(Ana morde o lĂĄbio inferior, e Christian a encara
fixamente, suspirando entre os dentes. Ele dĂĄ um passo para um pouco fora da
cadeira, prestes a ir para cima dela, quando o garçom bate na porta da sala
privada e entra. Christian se deixa cair na cadeira e aperta a mandĂbula,
contrariado. Ele faz um gesto, permitindo que o garçom recolha os pratos, e Ana
engole em seco, ficando séria, se retorcendo na cadeira.)
CHRISTIAN: — Gostaria de um pouco sobremesa? —
(pergunta Christian, cavalheiro, mas com os olhos ainda ardentes.)
ANA: — NĂŁo, obrigada. Acho que
devo ir embora — (ela diz, ainda olhando para as mĂŁos.)
CHRISTIAN: — Ir embora? —
(pergunta sem poder esconder sua surpresa.)
(O garçom sai rapidamente com
os pratos.)
ANA: — Sim. — (ela responde com
determinação.)
(Ana se levanta, e Christian
levanta de imediato.)
ANA: — NĂłs dois temos a
cerimĂŽnia de formatura amanhĂŁ.
CHRISTIAN: — NĂŁo quero que vĂĄ.
ANA: — Por favor, tenho que ir.
CHRISTIAN: — Por quĂȘ?
ANA: — Porque vocĂȘ me deu tanta coisa para pensar,
e preciso de um pouco de distĂąncia.
CHRISTIAN: — Poderia fazer vocĂȘ
ficar — (ele ameaça.)
ANA: — Sim, poderia facilmente,
mas nĂŁo quero que vocĂȘ faça.
(Christian passa as mãos pelo cabelo em frustração.)
CHRISTIAN: — Sabe, quando vocĂȘ caiu na minha sala
para me entrevistar, sĂł dizia “sim, senhor”, “nĂŁo, senhor”. Achei que fosse uma
submissa nata. Mas, francamente, Anastasia, nĂŁo sei ao certo se vocĂȘ tem algo
de submisso nesse seu corpinho delicioso. — (diz em tom tenso, se aproximando dela.)
ANA: — Talvez vocĂȘ esteja certo
— (ela responde.)
CHRISTIAN: — Quero ter a chance de explorar essa
possibilidade — (ele murmura, a olhando. Levanta um braço, acaricia o rosto de
Ana e passa o polegar pelo lĂĄbio inferior dela.) — NĂŁo conheço nenhuma outra
maneira, Anastasia. Eu sou assim.
ANA: — Eu sei.
(Ele inclina-se para beijĂĄ-la, mas para antes de
seus lĂĄbios tocarem os dela, como se pedindo permissĂŁo. Ana eleva os lĂĄbios
para ele e o beija intensamente, deslizando as mĂŁos pelo cabelo cobre,
puxando-o para si. Christian a pega pela nuca para lhe beijar mais
profundamente, respondendo ao seu ardor. Desliza a outra mĂŁo pelas costas
femininas, e ao chegar ao final da coluna, para e a aperta contra seu corpo.)
CHRISTIAN: — NĂŁo posso convencĂȘ-la a ficar? —
(pergunta sem deixar de beijĂĄ-la.)
ANA: — NĂŁo — (Ana suspira, os olhos fechados.)
ANA: — Sem tocar em vocĂȘ? NĂŁo.
(Christian respira
profundamente e a afasta gentilmente.)
CHRISTIAN: — VocĂȘ Ă© impossĂvel, garota. — (Ele
levanta a cabeça e a olha fixamente.) — Por que acho que vocĂȘ estĂĄ me dizendo
adeus?
ANA: — Porque eu estou indo
embora agora.
CHRISTIAN: — NĂŁo foi isso que
eu quis dizer, e vocĂȘ sabe.
ANA: — Christian, tenho que pensar. NĂŁo sei se
quero o tipo de relação que vocĂȘ quer.
(Ele fecha os olhos e encosta sua cabeça contra a
dela. Um momento depois a beija na testa, respira fundo, com o nariz afundado
no cabelo castanho, a solta e dĂĄ um passo atrĂĄs.)
CHRISTIAN: — Como quiser, Srta. Steele — (diz com
rosto impassĂvel.) — Acompanho vocĂȘ atĂ© o vestĂbulo.
(Ele estende sua mĂŁo, e Ana aceita, pegando a
bolsa. Eles seguem em silĂȘncio pela escada atĂ© a recepção.)
CHRISTIAN: — VocĂȘ estĂĄ com o
ticket do estacionamento?
(Ana pega o ticket na bolsa e o entrega. Christian
entrega o ticket ao porteiro. Enquanto esperam, Ana se volta para ele.)
ANA: — Obrigada pelo jantar —
(murmura.)
CHRISTIAN: — Ă um prazer, como sempre, Srta. Steele — (ele responde
educadamente, embora esteja distraĂdo.)
(Ana o observa atentamente, suspirando. Christian
se vira para ela e a olha com expressĂŁo intensa.)
CHRISTIAN: — VocĂȘ vai se mudar este fim de semana
para Seattle. Se tomar a decisĂŁo certa, posso vĂȘ-la no domingo? — (pergunta em
tom inseguro.)
ANA: — Veremos. Talvez.
(Christian assente e percebe os pelos arrepiados
nos braços de Ana.)
CHRISTIAN: — Agora estĂĄ mais
frio, vocĂȘ nĂŁo tem um casaco?
ANA: — NĂŁo.
(Ele sacode a cabeça com
irritação e tira o blazer.)
CHRISTIAN: — Tome. NĂŁo quero
vocĂȘ se resfriando.
(Ana olha para ele, enquanto ele segura o blazer
aberto. Christian coloca o casaco sobre seus ombros dela, e ela abraça em torno
de si, fechando os olhos, e inalando profundamente.)
“Lembro um momento
em seu escritĂłrio em que ele pĂŽs a jaqueta sobre os ombros, no dia em que o
conheci, e a impressão que me causou. Nada mudou. Na realidade, agora é até
mais intenso. Sua jaqueta estava quente, era muito grande e cheira a ele. Oh
meu... delicioso.”
(O manobrista chega num antigo
VW Fusca. Christian fica boquiaberto.)
CHRISTIAN: — Ă isso que vocĂȘ dirige? — (ele
pergunta horrorizado.)
(Christian pega a mão dela e anda até o carro, que
estĂĄ sendo estacionado. O manobrista sai, entrega as chaves para Christian, que
lhe dĂĄ friamente uma gorjeta.)
CHRISTIAN: — Isso estĂĄ em
condiçÔes de andar por aĂ? — (pergunta com irritação no olhar.)
ANA: — EstĂĄ.
CHRISTIAN: — SerĂĄ que chega a
sua casa?
*Não esqueça de deixar seu comentårio. Isso ajuda muito a fortalecer o
blog.*
(Ana faz que sim.)
ANA: — Chega sim.
CHRISTIAN: — Em segurança?
ANA: — Sim — (responde irritada.) — Tudo bem, Ă©
velho. Mas Ă© meu, e estĂĄ em condiçÔes de andar por aĂ. Meu padrasto comprou
para mim.
CHRISTIAN: — Oh, AnastĂĄsia, acredito
que podemos melhorar isso.
ANA: — O que vocĂȘ quer dizer? — (ela pergunta, mas
de repente, entende.) — VocĂȘ nĂŁo vai comprar um carro para mim.
(Christian a olha com a testa franzida e a
mandĂbula tensa.)
CHRISTIAN: — Vamos ver —
(responde.)
(Ele faz uma careta enquanto abre a porta do condutor e a
ajuda a entrar. Ana tira os sapatos e abaixa o vidro.)
CHRISTIAN: — Dirija com cuidado
— (diz irritado.)
ANA: — Adeus, Christian — (ela diz com voz rouca,
tentando nĂŁo chorar. Ela sorri ligeiramente, enquanto se afasta. Christian se
afasta, vendo-a partir. As lågrimas de Ana começam a descer por seu rosto,
enquanto ela vai embora.)
(Christian passa as mĂŁos pelo cabelo em
exasperação. Segue de volta para o hotel, para o bar, e pede uma garrafa de
Sancerre. Levando-a consigo, vai para a suĂte, e antes que eu desarrolhe o
vinho, senta e começa a escrever um e-mail no laptop aberto sobre a mesa. Ana
estaciona em frente Ă casa, vendo tudo apagado. Ela suspira fundo e estaciona o
fusca. Depois de ter entrado, ela tira o vestido e liga o laptop, vendo uma
mensagem de Christian na caixa de entrada.)
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De :
Christian Grey
Assunto: Hoje Ă noite
Data: 25 de
maio de 2011 22:01
Para:
Anastasia Steele
NĂŁo entendo por que vocĂȘ fugiu hoje Ă noite. Espero
sinceramente ter respondido a todas as suas perguntas a contento. Sei que lhe
dei muita coisa para pensar, e torço muito para que considere seriamente minha
proposta. Quero muito fazer essa relação dar certo. Vamos devagar.
Confie em mim.
Christian Grey
CEO, Grey Enterprises Holdings, Inc.
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(Ana olha a mensagem por um tempo, mas decide nĂŁo
responder. Christian manda um e-mail para Taylor.)
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De:
Christian Grey
Assunto: Audi A3
Data: 25 de
maio de 2011 22:04
Para: J B
Taylor
Preciso que aquele Audi seja entregue aqui
amanhĂŁ. Obrigado.
Christian Grey
CEO, Grey Enterprises Holdings, Inc.
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(Mais lĂĄgrimas caem sobre o rosto de Ana, e ela
fecha o laptop. PÔe o pijama, veste o blazer de Christian e o agarra bem ao seu
corpo, deitando na cama.)
***
(Christian abre o Sancerre, enche uma taça, e pega um
livro, sentando-se para ler, tentando duramente se concentrar. Seus olhos ficam
se desviando para a tela do laptop.)
(VEF)
“Eu tenho que encontrar uma maneira de convencĂȘ-la. Quando foi que eu fugi de um desafio? Eu apenas a quero! Este fato nĂŁo vai mudar. A questĂŁo torna-se entĂŁo o quanto eu a quero. Eu a quero tanto que eu iria para distĂąncias que eu nĂŁo tinha ido antes em busca de uma mulher? Uma resposta para isso. Um definitivo "Sim!" Eu nĂŁo quis nada tanto antes!”
(Os minutos passam e Christian fica mais ansioso,
deixando o livro de lado. Ăs onze horas, ele manda mais um e-mail para ela.)
*VocĂȘ estĂĄ em casa segura?
(Ele nĂŁo recebe resposta e
respira fundo. Christian torna a tentar ler, mas manda outro e-mail antes da
meia-noite.)
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De:
Christian Grey
Assunto: Hoje Ă noite
Data: 25 de
maio de 2011 23:58
Para:
Anastasia Steele
Torço para que chegue em casa nesse seu
carro.
Avise-me que estĂĄ bem.
Christian Grey
CEO, Grey Enterprises Holdings, Inc.
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(Ele anda pelo quarto, apenas
de cueca, e se deita na cama, olhando para o teto com os pensamentos em
Anastasia.)
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