sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Cinquenta Tons de Cinza - capĂ­tulo 3 (primeira temporada)

No apartamento de Kate:


(Kate fica em ĂȘxtase apĂłs Ana contar sobre o encontro com Grey)

KATE: — Mas o que ele estava fazendo na Clayton's? — (Sua curiosidade escoa pelo telefone.)

ANA: — Ele estava pela ĂĄrea.

KATE: — Isso Ă© uma coincidĂȘncia enorme, Ana. VocĂȘ nĂŁo acha que ele foi aĂ­ para ver vocĂȘ? (Ela especula.)

ANA: — Ele estava visitando o departamento de agricultura da WSU. EstĂĄ financiando uma pesquisa. — (Ana murmura).

KATE: — Ah sim. Ele doou dois milhĂ”es e meio de dĂłlares ao departamento. — (Kate diz.)

ANA: — Como vocĂȘ sabe disso? (Ana pergunta surpresa.)

KATE: — Ana, eu sou jornalista, e escrevi um perfil do cara. É meu trabalho saber disso.

ANA: — Tudo bem, senhora jornalista, nĂŁo arranque os cabelos. EntĂŁo, vocĂȘ quer as fotos?

KATE: — Claro que quero. A questĂŁo Ă© quem vai fazĂȘ-las, e onde.

ANA: — PodĂ­amos perguntar onde ele prefere. Disse que estĂĄ hospedado na regiĂŁo.

KATE: — VocĂȘ pode entrar em contato com ele?

ANA: — Tenho o nĂșmero de celular dele.

(Kate suprime um grito.)

KATE: — O solteiro mais rico, mais esquivo, mais enigmĂĄtico do Estado de Washington simplesmente deu a vocĂȘ o nĂșmero de celular dele.

ANA: — Hum… deu. (Ana diz encabulada.)

KATE: — Ana! Ele gosta de vocĂȘ. NĂŁo tenho a menor dĂșvida. — (O tom dela Ă© enfĂĄtico.)

ANA: — Kate, ele sĂł estava tentando ser simpĂĄtico.

KATE: — NĂŁo sei quem vamos chamar para fazer as fotos. Levi, nosso fotĂłgrafo de sempre, nĂŁo pode. EstĂĄ passando o fim de semana em Idaho Falls. Ele vai ficar furioso por ter perdido a oportunidade de fotografar um dos principais empresĂĄrios dos Estados Unidos.

ANA: — Hum… Que tal JosĂ©?

KATE: — Grande ideia! Peça a ele, ele faz qualquer coisa por vocĂȘ. Depois ligue para Grey e descubra onde ele prefere nos encontrar. — (Kate diz, fazendo pouco caso.)

ANA: — Acho que vocĂȘ devia ligar para ele.

KATEE: — Para quem? Para JosĂ©?— (Kate zomba.)

ANA: — NĂŁo, para Grey.

KATE: — Ana, Ă© vocĂȘ quem tem relação com ele. 

ANA: — Relação? — (Ana bufa.) — Eu mal conheço o cara.

KATE: — Pelo menos jĂĄ esteve com ele. — (Kate diz amargamente.) — E parece que ele quer conhecĂȘ-la melhor. Ligue para ele, Ana. — (Kate diz decidida e desliga.)

(Ana faz uma careta para meu celular, mostrando minha língua para ele, antes de desligar. Ela deixa uma mensagem para José, quando Paul entra na sala de estoque procurando por lixas.)

PAUL: — Estamos meio ocupados aqui, Ana, — (ele diz sem aspereza)

ANA: — Eu sei, desculpe — (ela murmura, dando meia volta no balcĂŁo para sair.)

PAUL: — EntĂŁo, de onde vocĂȘ conhece Christian Grey? — (A voz de Paul tenta se mostrar indiferente, mas Ă© pouco convincente.)

ANA: — Tive que entrevistĂĄ-lo para o jornal da faculdade. Kate nĂŁo estava passando bem. — (Ana encolhe os ombros, tentando soar casual, mas tambĂ©m Ă© pouco convincente.)

PAUL: — Christian Grey na Clayton's. Imagine sĂł. — (Paul bufa achando graça e balança a cabeça como se quisesse clarear as ideias.) — Enfim, quer sair para beber ou fazer alguma coisa hoje Ă  noite?

ANA: — VocĂȘ nĂŁo tem um jantar de famĂ­lia ou algo assim com seu irmĂŁo?

PAUL: — É amanhĂŁ.

ANA: — Talvez alguma outra hora, Paul. Preciso estudar hoje Ă  noite. As provas finais sĂŁo na semana que vem. 

PAUL: — Ana, um dia desses vocĂȘ vai aceitar — (Paul sorri enquanto Ana corre para a loja.)


* * *


JOSÉ: — Mas eu fotĂłgrafo paisagens, Ana, nĂŁo pessoas — (JosĂ© reclama.)

ANA: — JosĂ©, por favor? — (Ana implora, segurando o celular, e andando de um lado para o outro da sala de estar do apartamento.)

KATE: — DĂĄ aqui esse telefone. — (Kate arranca o telefone da mĂŁo de Ana.)
— Escute aqui, JosĂ© Rodriguez, se quiser que o nosso jornal faça a cobertura da inauguração da sua exposição, vocĂȘ vai ter que tirar essas fotos para a gente amanhĂŁ, capiche? — (Um segundo de silĂȘncio.) — Ótimo. Ana vai ligar dizendo o local e a hora da sessĂŁo. Vemos vocĂȘ amanhĂŁ. — (Ela desliga o celular.) — Pronto. Tudo que precisamos fazer agora Ă© decidir o local e o horĂĄrio. Ligue para ele. — (Kate estende o telefone para Ana.) — Ligue para Grey, agora!

(Ana faz uma careta para ela e alcança no bolso de trĂĄs da calça o cartĂŁo de negĂłcios dele. Ela toma uma profunda e firme respiração, e com dedos trĂȘmulos, disca o nĂșmero.)

(Ele responde no segundo toque. Sua voz Ă© tranquila e fria.)

CHRISTIAN: — Grey.

ANA: — Hum… Sr. Grey? É AnastĂĄsia Steele. — (Ela diz um pouco nervosa.)

CHRISTIAN: — Senhorita Steele. Que bom falar com vocĂȘ. — (A voz de Christian muda para um tom mais sedutor. Ana ruboriza. De sĂșbito ela percebe que Kate estĂĄ olhando fixamente para ela, boquiaberta, e ela vai para a cozinha para evitar o olhar minucioso de Kate.)

ANA: — Hum...  nĂłs gostarĂ­amos de combinar a sessĂŁo de fotos para o artigo. — (Ana respira profundamente, tentando soar formal.) — AmanhĂŁ, se possĂ­vel. Onde seria conveniente para o senhor?

CHRISTIAN: — Estou no Heathman, em Portland. Pode ser amanhĂŁ Ă s nove e meia da manhĂŁ?

ANA: — Tudo bem, nos vemos lĂĄ. — (Ana responde radiante.)

CHRISTIAN: — Estou ansioso para isso, Srta. Steele.

(Ela desliga. Kate estå na cozinha, e ela estå olhando fixamente para Ana com um olhar de total consternação no rosto.)

KATE: — AnastĂĄsia Rose Steele. VocĂȘ gosta dele! Eu nunca vi e nem ouvi vocĂȘ tĂŁo… tĂŁo encantada com alguĂ©m antes. EstĂĄ atĂ© vermelha.

ANA: — Ah, Kate, vocĂȘ sabe que eu vivo corando. É um risco ocupacional comigo. NĂŁo seja ridĂ­cula, — (Ana diz secamente) — SĂł acho esse homem… intimidador, sĂł isso.

KATE: — Heathman, Ă© claro — (Kate murmura.) — Vou ligar para o gerente e negociar um espaço para a sessĂŁo de fotos.

ANA: — Vou fazer o jantar. Depois, preciso estudar.

(Ana, de início, não consegue esconder a irritação com Kate. Ela abre os armårios para fazer o jantar, e fica o resto da noite inquieta, dando voltas pela cama e sonhando com um Christian sedutor. Pelo resto da noite, ela desperta duas vezes com os sonhos que tem, e esmurra o travesseiro, tentando voltar a dormir.)


* * *


Heathman






(De manhã, Christian veste seu moletom e corre para se exercitar. José, Travis e Ana estão viajando no Fusca dela, e Kate estå em sua Mercedes, uma vez que todos não cabem em seu carro. Quando Kate informa que a equipe estå lå para fotografar Christian Grey, imediatamente lhes dão um upgrade para uma suíte melhor. Um executivo de marketing os leva até o local. Os quartos são elegantes, sóbrios e equipados com móveis de luxo.
Mais tarde, ele chega em sua suíte e, antes de tomar banho, senta para comer o café da manhã que foi entregue pelo serviço de quarto.)

(Alguém bate à porta e ele abre para Taylor.)

TAYLOR: — Bom dia, Sr. Grey.

CHRISTIAN: — Bom dia. Eles estĂŁo prontos para mim? 

TAYLOR: — Sim senhor. Eles estĂŁo prontos no quarto 601.

CHRISTIAN: — Vou descer.


* * *


SessĂŁo de fotos






KATE: — JosĂ©, eacho que vamos fotografar na frente daquela parede, concorda? — (Kate nĂŁo espera por sua resposta.) — Travis, limpe as cadeiras. Ana, vocĂȘ pode pedir ao serviço de quarto para trazer algumas bebidas? E deixe Grey saber onde estamos.

(Ana desvia o olhar, mas faz o que lhe Ă© pedido. Meia hora mais tarde, Christian Grey entra na suĂ­te. Ele estĂĄ vestindo uma camisa branca, aberta no colarinho, e calças de flanela cinza que pendem de seus quadris. Seus cabelos incontrolĂĄveis ainda estĂŁo Ășmidos do banho. A boca de Ana fica seca sĂł ao olhar para ele.





Grey entra na suĂ­te acompanhado de Taylor, com um corte militar, com um acentuado terno escuro e gravata, que fica em silencio no canto.)

CHRISTIAN: — Senhorita Steele, nos encontramos novamente. — (Grey estende a mĂŁo, e ela a agita, piscando rapidamente. Quando ela toca em sua mĂŁo, sente uma corrente atravessando-a diretamente, fazendo-a ruborizar, deixando sua respiração regular ser audĂ­vel.)

ANA: — Sr. Grey, esta Ă© Katherine Kavanagh — (Ana murmura, acenando com uma mĂŁo em direção a Kate que avança, olhando-o diretamente nos olhos.)

CHRISTIAN: — A tenaz senhorita Kavanagh. Como vai? — (Ele lhe dĂĄ um pequeno sorriso, olhando genuinamente divertido.) — Eu acredito que vocĂȘ estĂĄ se sentindo melhor? AnastĂĄsia disse que vocĂȘ estava indisposta na semana passada.

KATE: — Eu estou bem, obrigada, Sr. Grey. — (Ela agita sua mĂŁo com firmeza, sem pestanejar. — Obrigada por ter tempo para fazer isto. — (Ela lhe dĂĄ um educado sorriso profissional.)

CHRISTIAN: — É um prazer — (ele responde, voltando seu olhar cinza para Ana, e ela ruboriza novamente.)

ANA: — Este Ă© JosĂ© Rodriguez, nosso fotĂłgrafo, — Ana diz, sorrindo para JosĂ©, que sorri com carinho de volta para ela. Seus olhos sĂŁo frios quando ele olha de mim para Grey.)

JOSÉ: — Sr. Grey — (ele movimenta a cabeça.)

CHRISTIAN: — Sr. Rodriguez — (A expressĂŁo de Grey muda completamente quando ele avalia JosĂ©.)

CHRISTIAN: — Onde vocĂȘ me quer? — (Grey pergunta a ele. Seu tom soa vagamente ameaçador.)

KATE: — Sr. Grey, se vocĂȘ puder se sentar aqui, por favor? Tenha cuidado com os cabos de iluminação. E depois, nĂłs vamos fazer algumas de pĂ© tambĂ©m. — (Kate o direciona para uma cadeira instalada contra a parede. Travis liga as luzes, momentaneamente ofuscando Grey, e murmura
uma desculpa. Travis e Ana recuam e assistem como José passa a tirar fotos. Ele tira vårias fotos apoiadas, pedindo para Grey virar-se de um jeito, de outro, mover seu braço, então, abaixå-lo novamente. Movendo o tripé, José tira muitas outras, enquanto Grey se senta e posa, pacientemente e naturalmente por mais ou menos vinte minutos. Duas vezes os olhos dos dois se fitam, e Ana tem que afastar o olhar para longe do dele.)

KATE: — JĂĄ Ă© o suficiente sentando. — (Katherine comanda novamente.) — De pĂ©, Sr. Grey? — (Ela pergunta. Ele se levanta, e Travis corre para remover a cadeira. O dispositivo da Nikon de JosĂ© começa a clicar novamente.)

JOSÉ: — Eu acho que temos o suficiente — (JosĂ© anuncia cinco minutos mais tarde.)

KATE: — Ótimo — (diz Kate.) — Obrigada novamente, Sr. Grey. — (Ela o cumprimenta, assim como JosĂ©.)

CHRISTIAN: — Eu espero ansiosamente ler o artigo, Senhorita Kavanagh — (Grey murmura, e se vira para Ana, aguardando Ă  porta. — VocĂȘ me acompanha, Senhorita Steele? — (Ele pergunta.)

ANA: — Claro, — (ela diz, completamente arrebatada. Ana olha ansiosamente para Kate, que encolhe os ombros. JosĂ© estĂĄ carrancudo atrĂĄs de Kate.)

CHRISTIAN: — Bom dia para vocĂȘs todos, — (diz Grey enquanto ele abre a porta, abrindo caminho para permitir Ana sair primeiro.)

(Ela pĂĄra no corredor do hotel, remexendo-se nervosamente quando Grey sai do quarto, seguido por Taylor.) 

CHRISTIAN: — Eu ligo para vocĂȘ, Taylor, — (ele murmura para o segurança. Taylor caminha pelo corredor abaixo, e Grey vira seu olhar cinzento queimando para Ana.)

CHRISTIAN: — Gostaria de saber se vocĂȘ se juntaria a mim para o cafĂ© da manhĂŁ.

(O coração de Ana dispara. Ela limpa a garganta tentando controlar os nervos.)

ANA: — Eu tenho que levar todo mundo para casa, — (Ana murmura, se desculpando, torcendo as mĂŁos e os dedos na frente.)

CHRISTIAN: — TAYLOR, — (Christian chama o segurança, fazendo Ana saltar.)

(Taylor, que tinha retrocedido pelo corredor abaixo, se vira e volta na direção deles.)

CHRISTIAN: — Eles vĂŁo para a universidade? — Grey pergunta, sua voz suave e inquiridora. Ana faz que sim.) — Taylor pode levĂĄ-los. Ele Ă© meu motorista. NĂłs temos um grande 4x4 aqui, entĂŁo ele poderĂĄ levar o equipamento tambĂ©m.

TAYLOR: — Sr. Grey? — (Taylor pergunta quando ele os alcança, permanecendo distante.)

CHRISTIAN: — Por favor, vocĂȘ pode conduzir o fotĂłgrafo, seu assistente, e a Senhorita Kavanagh para casa?

TAYLOR: — Certamente, senhor, — (Taylor responde.)

CHRISTIAN: — Pronto. Agora vocĂȘ pode juntar-se a mim para o cafĂ©? — (Grey sorri satisfeito.)

ANA: — Aah, Sr. Grey, Ă©, isto realmente… olhe, Taylor nĂŁo tem que levĂĄ-los para casa. — (Ana lança um breve olhar para Taylor, que permanece estoicamente impassĂ­vel.) — Eu trocarei de veĂ­culo com Kate, se vocĂȘ me der um momento.

Grey sorri deslumbrante. Ele abre a porta da suíte para que ela possa entrar. Ana passa ao redor dele para entrar no quarto, encontrando Katherine em uma profunda discussão com José.)

KATE: — Ana, eu acho que ele definitivamente gosta de vocĂȘ, — (ela diz sem qualquer preĂąmbulo. JosĂ© olha para Ana com desaprovação.) — Mas eu nĂŁo confio ele, — (ela adiciona. Ana levanta a mĂŁo para que Kate pare de falar. Ela o faz.)

ANA: — Kate, se vocĂȘ levar o fusca, eu posso levar seu carro?

KATE: — Por quĂȘ?

ANA: — Christian Grey me convidou para tomar cafĂ© com ele.

(Ela fica boquiaberta. Kate emudece. Kate a agarra pelo braço e a arrasta para o quarto que fica fora da sala de estar da suíte.)

KATE: — Ana, hĂĄ algo sobre ele. — (Seu tom Ă© cheio de advertĂȘncia.) — Ele Ă© magnĂ­fico, eu concordo, mas eu acho que ele Ă© perigoso. Especialmente para alguĂ©m como vocĂȘ.

ANA: — O que vocĂȘ quer dizer, com alguĂ©m como eu? — (Ana exije, afrontada.)

KATE: — Uma inocente como vocĂȘ, Ana. VocĂȘ sabe o que eu quero dizer, — (ela fala um pouco irritada. Ana ruboriza.)

ANA: — Kate, Ă© apenas um cafĂ©. Eu estou começando meus exames finais esta semana, e eu preciso estudar, entĂŁo eu nĂŁo vou demorar muito.

(Kate aperta os lĂĄbios, e pega as chaves do carro do bolso e entrega-as para Ana. Ana entrega as dela.)

KATE: — Eu vejo vocĂȘ mais tarde. NĂŁo demore muito, ou eu vou enviar uma busca e salvamento.

ANA: — Obrigada. — (Elas se abraçam.)

(Ana sai da suĂ­te para encontrar Christian Grey esperando, encostado contra a parede.)

ANA: — Ok, vamos tomar cafĂ©, — (ela murmura, ruborizando.)

(Ele sorri.)

CHRISTIAN: — Depois de vocĂȘ, Senhorita Steele. — (Ele se ergue, levantando a mĂŁo para que ela vĂĄ primeiro.)

(Eles caminham juntos pelo largo corredor do hotel para os elevadores.)

CHRISTIAN: — Quanto tempo vocĂȘ e Katherine Kavanagh se conhecem? (Christian começa a falar.)

ANA: — Desde nosso primeiro ano. Ela Ă© uma boa amiga. 

— Humm — (ele responde, reservado.)

(Nos elevadores, Christian aperta o botão de chamada, e a campainha toca quase que imediatamente. As portas deslizam abertas, revelando um jovem casal em um amasso apaixonado do lado de dentro. Surpresos e envergonhados, eles se separam, olhando culpados em todas as direçÔes, menos na deles. Grey e Ana entram no elevador. As portas abrem e Grey toma a mão de Ana., apertando-a com seus dedos longos e frios. Quando Christian a leva para fora do elevador, é possível ouvir as risadinhas suprimidas do casal que estoura atrås deles. Grey sorri.)

CHRISTIAN: — O que tem os elevadores? — (Ele murmura.)

(Eles cruzam o extenso saguão movimentado do hotel, em direção à entrada. Do lado de fora, estå um ameno domingo de maio. O sol estå brilhando e o tråfico estå limpo. Grey vira à esquerda e anda até a esquina, onde eles param, esperando pelas luzes de pedestres do cruzamento mudar. Eles caminhamos quatro quarteirÔes, antes de alcançar a Cafeteria de Portland, onde Grey libera a mão dela para segurar a porta aberta, para que ela possa entrar.)




CHRISTIAN: — Por que vocĂȘ nĂŁo escolhe uma mesa, enquanto eu pego as bebidas? O que vocĂȘ gostaria? — (Ele pergunta, cortĂȘs.)

ANA: — Eu quero… um Twinings English Breakfast, em saquinho. (Ela responde.)

(Ele levanta as sobrancelhas.)

CHRISTIAN: — CafĂ© nĂŁo?

ANA: — Eu nĂŁo gosto de cafĂ©.

(Ele sorri.)

CHRISTIAN: — Ok, chĂĄ em saquinho. AçĂșcar?

ANA: — NĂŁo, obrigada. — (Ana olha para baixo para seus dedos atados.)

CHRISTIAN: — Alguma coisa para comer?

ANA: — NĂŁo obrigada. — (Ela nega.)

(Christian anda para o balcĂŁo. Ana disfarçadamente olha para ele enquanto ele estĂĄ na fila de espera para ser servido. Ana morde o lĂĄbio inferior ao vĂȘ-lo passar a mĂŁo pelos cabelos rebeldes. Christian olha para ela, e Ana desvia o olhar para as mĂŁos novamente.)

CHRISTIAN: — Um centavo por seus pensamentos? — (Grey estĂĄ de volta, e a assusta. Ana se espanta.) 

(Ele estĂĄ carregando uma bandeja, que coloca sobre a pequena mesa redonda de carvalho envernizada. Ele a entrega uma xĂ­cara e um pires, um pequeno bule, e um pratinho contendo um solitĂĄrio saquinho de chĂĄ impresso “Twinings English Breakfast”. Ele carrega um cafĂ© que ostenta um maravilhoso padrĂŁo de folhas impresso no leite. Ele tambĂ©m comprou um bolinho de mirtilo para si mesmo. Pondo de lado a bandeja, ele se senta ao lado oposto dela e cruza suas longas pernas.)





CHRISTIAN: — Seus pensamentos? — (Ele solicita.)

ANA: — Este Ă© meu chĂĄ favorito. — (Sua voz Ă© calma, ofegante. Ela coloco o saquinho de chĂĄ no bule e quase que imediatamente a pesca novamente com a colher de chĂĄ. Quando ela coloca o saquinho usado de volta no pratinho, ele dobra sua cabeça olhando pra ela interrogativamente.)

ANA: — Eu gosto de meu chĂĄ preto e fraco, — (ela murmura como uma explicação.)

CHRISTIAN: — Entendo. Ele Ă© seu namorado?

ANA: — Quem?

CHRISTIAN: — O fotĂłgrafo. JosĂ© Rodriguez.

(Ana ri nervosa, mas curiosa.)

ANA: — NĂŁo. JosĂ© Ă© um bom amigo, apenas isto. Por que vocĂȘ pensou que ele fosse meu namorado?

CHRISTIAN: — O modo como vocĂȘ sorriu para ele, e ele para vocĂȘ. — (O olhar cinza de Frey mantĂ©m o dela. Ana tenta desviar o olhar do dele, mas sem sucesso.)

ANA: — Ele Ă© mais como da famĂ­lia — (ela sussurra.)

(Grey acena ligeiramente com a cabeça, satisfeito com a resposta dela, e Ana olha para baixo para seu bolinho de mirtilo. Seus longos dedos habilmente descascam o papel, e ela assiste fascinada.)

CHRISTIAN: — VocĂȘ quer um? — (Ele pergunta, com um sorriso divertido.)

ANA: — NĂŁo obrigada. — (Ana franze a testa e olha para baixo, para suas mĂŁos novamente.)

CHRISTIAN: — E o garoto que eu conheci ontem na loja. Ele nĂŁo Ă© seu namorado?

ANA: — NĂŁo. Paul Ă© apenas um amigo. Eu disse a vocĂȘ ontem. Por que vocĂȘ pergunta?

CHRISTIAN: — VocĂȘ parece ficar nervosa ao redor dos homens. 

ANA: — Eu acho vocĂȘ intimidante.

(Grey dĂĄ um profundo suspiro.) 

CHRISTIAN: — VocĂȘ deve me achar intimidante — (ele acena concordando.) — VocĂȘ Ă© muito honesta. Por favor, nĂŁo olhe para baixo. Eu gosto de ver seu rosto.

(Ana olha para ele, e ele lhe dĂĄ um sorriso encorajador, mas irĂŽnico.)

CHRISTIAN: — Isto me dĂĄ algum tipo de pista do que vocĂȘ pode estar pensando — (ele inspira.) — VocĂȘ Ă© um mistĂ©rio, Senhorita Steele.

ANA: — NĂŁo existe nada misterioso em mim.

CHRISTIAN: — Eu penso que vocĂȘ Ă© muito auto-suficiente, — (ele murmura.) — Exceto quando vocĂȘ ruboriza, claro, o que acontece frequentemente. Eu sĂł gostaria de saber por que vocĂȘ estava corada. — (Christian joga um pequeno pedaço de bolinho em sua boca, e começa a mastigĂĄ-lo lentamente, sem tirar seus olhos dela.)

ANA: — VocĂȘ sempre faz este tipo de observaçÔes pessoais?

CHRISTIAN: — Eu nĂŁo percebi que fosse. Eu ofendi vocĂȘ? — (Ele fica surpreso.)

ANA: — NĂŁo — (Ana responde honestamente.)

CHRISTIAN: — Bom.

ANA: — Mas vocĂȘ Ă© muito arrogante — (Ana rebate calmamente. Ele levanta as sobrancelhas e ruboriza ligeiramente tambĂ©m.)

CHRISTIAN: — Eu estou acostumado a fazer as coisas do meu jeito, AnastĂĄsia — (ele murmura.) — Com todas as coisas.

ANA: — Eu nĂŁo duvido disso. Por que vocĂȘ nĂŁo me pediu para chamĂĄ-lo por seu primeiro nome? — (Ana pergunta um pouco audaciosa.)

CHRISTIAN: — As Ășnicas pessoas que usam meu nome de batismo sĂŁo a minha famĂ­lia e alguns amigos Ă­ntimos. Este Ă© o modo que eu gosto.

(Ana toma um gole do chå, e Grey come outro pequeno pedaço de seu bolinho.)

CHRISTIAN: — VocĂȘ Ă© filha Ășnica? — (Ele pergunta.)

ANA: — Sim.

CHRISTIAN: — Fale-me sobre seus pais.

ANA: — Minha mĂŁe vive na GeĂłrgia com seu novo marido Bob. Meu padrasto vive em Montesano.

CHRISTIAN: — Seu pai?

ANA: — Meu pai morreu quando eu era um bebĂȘ.

CHRISTIAN: — Eu sinto muito — (Christian murmura e um incomodado olhar fugaz, atravessa seu rosto.)

ANA: — Eu nĂŁo me lembro dele. (Ana continua.)

CHRISTIAN: — E sua mĂŁe se casou de novo?

(Ana bufa.)

ANA: — VocĂȘ pode dizer isto.

(Christian franze a testa.)

CHRISTIAN: — VocĂȘ nĂŁo estĂĄ indo muito longe, nĂŁo Ă©? — (Ele diz secamente, coçando seu queixo, pensamento profundamente.)

ANA: — Nem vocĂȘ.

CHRISTIAN: — VocĂȘ jĂĄ me entrevistou uma vez, e eu me lembro de algumas questĂ”es bastante comprometedoras. — (Ele sorri afetuosamente para ela.)

(Ana fica mortificada pelo comentĂĄrio dele, mas decide mudar de assunto.)

ANA: — Minha mĂŁe Ă© maravilhosa. Ela Ă© uma romĂąntica incurĂĄvel. Ela atualmente estĂĄ casada com seu quarto marido.

(Christian levanta as sobrancelhas em surpresa.)

ANA: — Eu sinto falta dela — (Ana continua.) — Ela tem Bob agora. Eu sĂł espero que ele possa vigiĂĄ-la e juntar os pedaços, quando seus esquemas desmiolados nĂŁo saĂ­rem como planejado. — (Ela sorri ternamente.)

(Christian a observa atentamente, tomando goles ocasionais de seu café.)

CHRISTIAN: — VocĂȘ se entende com seu padrasto?

ANA: — Claro. Eu cresci com ele. Ele Ă© o Ășnico pai que eu conheci.

CHRISTIAN: — E como ele Ă©?

ANA: — Ray? Ele Ă©… reservado.

CHRISTIAN: — SĂł isto? — (Grey pergunta, surpreso.)

(Ana encolhe os ombros.)

CHRISTIAN: — Reservado como sua enteada, — (Grey sugere de imediato. Ana se abstĂ©m afastando seu olhar dele.)

ANA: — Ele gosta de futebol, especialmente futebol europeu, e de boliche, e pesca com mosca, e fazer mĂłveis. Ele Ă© um carpinteiro. Ex- fuzileiro. — (Ela suspiro.)

CHRISTIAN: — VocĂȘ viveu com ele?

ANA: — Sim. Minha mĂŁe encontrou o Terceiro Marido, quando eu tinha quinze anos. Eu fiquei com Ray.

(Ele franze a testa.)

CHRISTIAN: — VocĂȘ nĂŁo quis viver com sua mĂŁe? — (Ele pergunta.)

(Ana ruboriza.)

ANA: — Terceiro Marido vivia no Texas. Minha casa estava em Montesano. E vocĂȘ sabe... minha mĂŁe era recĂ©m- casada. — (Ana para, decidindo começar a questionĂĄ-lo de volta.) — Fale-me sobre seus pais — (Ela pergunta.)

(Christian encolhe os ombros.)

CHRISTIAN: — Meu pai Ă© um advogado, minha mĂŁe Ă© pediatra. Eles vivem em Seattle.

ANA: — O que seus irmĂŁos fazem?

CHRISTIAN: — Elliot estĂĄ na construção, e minha irmĂŁ mais nova estĂĄ em Paris, estudando arte culinĂĄria com algum renomado chefe de cozinha francĂȘs.

ANA: — Eu ouvi dizer que Paris Ă© adorĂĄvel — (Ana murmura.) — É bonita.

CHRISTIAN: — VocĂȘ jĂĄ esteve lĂĄ? — (Ele pergunta.)

ANA: — Eu nunca deixei os Estados Unidos.

CHRISTIAN: — VocĂȘ gostaria de ir?

ANA: — Para Paris? — (Ela suspira.) — É claro. Mas Ă© a Inglaterra que eu realmente gostaria de visitar.

(Christian dobra sua cabeça para um lado, correndo seu dedo indicador pelo låbio inferior.)

(Ana pisca rapidamente, desconcertada com a cena.)

ANA: — É a casa de Shakespeare, Austen, as irmĂŁs de BrontĂ«, Thomas Hardy. Eu gostaria de ver os lugares que inspiraram estas pessoas a escrever livros tĂŁo maravilhosos. — (Ana olha para o relĂłgio em seu pulso.) — É melhor eu ir. Eu tenho que estudar.

CHRISTIAN: — Para seus exames?

ANA: — Sim. Eles começam na terça-feira.

CHRISTIAN: — Onde estĂĄ o carro da senhorita Kavanagh?

ANA: — No estacionamento do hotel.

CHRISTIAN: — Eu vou levĂĄ-la de volta.

ANA: — Obrigado pelo chĂĄ, Sr. Grey.

(Ele sorri para ela.)

CHRISTIAN: — VocĂȘ Ă© bem-vinda, AnastĂĄsia. O prazer Ă© todo meu. Venha — (ele comanda, e segura sua mĂŁo com a dela. Ana a segura, confusa, e o segue para fora da cafeteria.)

(Eles andam de volta para o hotel.)

CHRISTIAN: — VocĂȘ sempre usa calça jeans? — (Ele pregunta.)

— Geralmente — (ela responde.)

(Ele movimenta a cabeça. Eles voltam ao cruzamento, do outro lado da estrada do hotel.)

— VocĂȘ tem uma namorada? — (Ana deixa escapar.)

(Seus lĂĄbios dĂŁo um meio sorriso, e ele olha para ela.)

CHRISTIAN: — NĂŁo, AnastĂĄsia. Eu nĂŁo sou do tipo que namora — (ele diz suavemente.)

(Ana caminha adiante, e tropeça na calçada.)

CHRISTIAN: — Merda, Ana! — (Grey grita.)

(Ele puxa mĂŁo drla com tanta força, que ela cai para trĂĄs contra ele, enquanto um ciclista que passa a toda velocidade, quase a acertando, indo pelo caminho errado nesta rua de mĂŁo Ășnica. Ana estĂĄ em seus braços, e ele a estĂĄ segurando firmemente contra seu tĂłrax. Ela inala profundamente seu cheiro.)

— VocĂȘ estĂĄ bem? — (Christian sussurra. Ele estĂĄ com um braço ao redor dela, apertando-a junto a ele, enquanto os dedos de sua outra mĂŁo, suavemente rastreia o rosto dela, examinando-a. O polegar de Christian escova o lĂĄbio inferior e ele respira ofegante. Ele estĂĄ olhando fixamente nos olhos de Ana, e ela segura seu ansioso olhar, logo sua atenção sendo atraĂ­da para a bonita boca masculina.)


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